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Estado de Minas NASHVILLE

Nova chacina em escola nos EUA deixa seis mortos


27/03/2023 23:24

Três crianças e três adultos morreram, nesta segunda-feira (27), em uma escola particular cristã do sul dos Estados Unidos - uma tragédia que voltou a abrir o debate sobre os estragos causado pelas armas de fogo no país.

Segundo o chefe da polícia local, John Drake, a chacina foi cometida por Audrey Hale, uma pessoa transgênero de 28 anos.

Segundo seu perfil no LinkedIn, Hale se identificava com pronomes masculinos.

Ele levava consigo "pelo menos dois fuzis de assalto e uma pistola", informou o porta-voz da polícia local, Don Aaron, durante uma coletiva de imprensa.

No meio da manhã desta segunda, o atirador entrou por uma porta secundária da The Covenant School, uma escola pequena, onde acredita-se que ele teria estudado, segundo os elementos preliminares da investigação.

Ele atravessou o térreo e subiu ao primeiro andar, atirando várias vezes. Três alunos, entre 8 e 9 anos, e três adultos, entre 60 e 61 anos, foram mortos, afirmou Aaron.

Os policiais foram ao local e, após ouvirem disparos no andar superior, subiram "imediatamente" e "mataram" o atirador, que foi declarado morto às 10h27 locais (12h27 de Brasília), quinze minutos depois da primeira chamada de socorro, acrescentou.

Uma das vítimas, identificada como Katherine Koonce, aparece como diretora da escola no site da instituição.

Durante o ataque, uma das professoras da pré-escola conseguiu ligar para sua filha.

"Ela me disse que estava escondida em um armário, que havia disparos por toda parte", disse Avery Myrick à emssora WSMV4, filial local da rede NBC. Ela contou ter se sentido aliviada de que sua mãe estava viva, mas "sente dor por todos aqueles" que perderam seus entes queridos no massacre.

- 'Dilacerando a alma' -

Ao longo do dia, pais aflitos procuravam seus filhos na igreja onde estavam abrigados.

O motivo do ataque, ainda desconhecido, poderia estar relacionado ao "rancor" do agressor em relação à escola, segundo John Drake.

A polícia revistou a residência de Audrey Hale e encontrou um "mapa com acessos" à escola e um "manifesto", acrescentou Drake, o que sugere que o ataque foi premeditado.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou as forças de segurança pela agilidade com que reagiram ao crime, que classificou como "repugnante", e decretou bandeiras a meio mastro na Casa Branca.

A violência armada "está dilacerando nossas comunidades, dilacerando a alma desta nação", comentou Biden na Casa Branca, pedindo novamente ao Congresso que proíba os fuzis semi-automáticos.

O democrata há muito pede que o Congresso proíba, ou pelo menos restrinja, a posse dessas armas destinadas a causar o maior número de vítimas, mas os republicanos se opõem a isso.

Os congressistas republicanos do estado do Tennessee, cuja capital é Nashville, também expressaram indignação nas redes sociais, mas sem mencionar o tema das armas de fogo.

"Estou devastado", tuitou o senador republicano Bill Hagerty. Sua colega Marsha Blackburn convocou as pessoas a "rezarem" pelas vítimas.

- 4.368 mortes -

Ataques a tiros mortais são comuns nos Estados Unidos, onde existem cerca de 400 milhões de armas de fogo em circulação que causaram mais de 45 mil mortes em 2020 por suicídio, acidente ou homicídio, segundo os últimos números publicados pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC).

Nesse ano, pela primeira vez, as armas tornaram-se a principal causa de morte entre menores de 1 a 19 anos, com 4.368 mortos, à frente dos acidentes de trânsito e das overdoses, segundo a mesma fonte.

Os massacres em escolas constituem uma pequena parte do total, mas deixam uma marca indelével na sociedade.

Em 2012, um homem matou 20 crianças de 6 e 7 anos, e dez anos depois, em 2022, um garoto de 18 anos matou 19 estudantes e dois professores.

Um massacre ocorrido em 2018 em uma escola de ensino médio na Flórida desencadeou um movimento nacional liderado por jovens para exigir uma supervisão mais rigorosa das armas de fogo nos Estados Unidos.

Apesar da mobilização de mais de um milhão de manifestantes, o Congresso dos Estados Unidos não adotou uma lei mais dura porque muitos congressistas estão sob a influência da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), um grupo pró-armas.

Em um país onde milhões de americanos consideram que portar uma arma é um direito constitucional, os avanços legislativos recentes seguem sendo marginais, como a generalização de verificações de antecedentes criminais e psiquiátricos para poder comprar uma arma.

Os apelos de Biden para proibir os fuzis de assalto têm poucas chances de sucesso. Segundo uma pesquisa da ABC Post, realizada em fevereiro, 51% dos americanos são contra e 47% são a favor.


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