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Estado de Minas WACO

Trump inicia campanha em Waco, antigo reduto de uma seita armada nos EUA


25/03/2023 17:15

Investigado por pagamentos indevidos, Donald Trump encabeça seu primeiro evento de campanha para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, neste sábado (25), na cidade texana de Waco, cenário há 30 anos de um ataque mortal contra uma seita que entrou em conflito com autoridades federais.

O ex-presidente dos Estados Unidos, que havia declarado que seria "detido" - fato que não aconteceu - no dia 21 de março, em Nova York, por um caso envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels, sobe ao púlpito às 17h, horário local (19h00 no horário de Brasília), em seu primeiro comício para as eleições de 2024.

A acusação garante que a atriz recebeu US$ 130 mil (cerca de R$ 687 mil) de Trump, pouco antes das eleições presidenciais de 2016, supostamente para não falar publicamente sobre uma relação amorosa entre os dois.

O pagamento, investigado pela Justiça, pode ter violado as regras que regem o financiamento de campanhas eleitorais e pode levar a um processo criminal contra Trump, um direitista de 76 anos.

Apoiadores do ex-governador com trailers, caminhões e bandeiras com as frases "Trump 2024" e seu já famoso slogan "Make America Great Again" o aguardam nos arredores do aeroporto regional de Waco, cidade de 130 mil habitantes ao sul de Dallas, onde fará seu discurso.

As autoridades locais esperam cerca de 15.000 pessoas no evento.

Waco é o "epicentro do movimento patriótico", disse Peter Christian, de 55 anos, membro do grupo religioso Branch Davidians (Ramo Davidiano), agora chamado de "The Lord Our Righteousness" (O Senhor da nossa Retidão).

Em 1993, o mundo assistiu por 51 dias entre o final de fevereiro e meados de abril o cerco do FBI a um rancho dos Branch Davidians em Waco, onde seguidores armados de seu líder David Koresh se entrincheiraram.

Setenta e seis membros do culto, incluindo Koresh e 20 crianças, foram encontrados mortos após o incêndio no rancho. Quatro policiais também morreram durante confrontos com seus apoiadores semanas antes.

No local do incidente, onde agora existe um memorial que pode ser visitado, as bandeiras "Trump 2024" estão hasteadas. É onde Peter Christian trabalha.

A equipe de campanha de Donald Trump não respondeu às perguntas da AFP sobre a escolha de Waco para o encontro.

O ex-presidente, também sob a ameaça de investigações sobre a pressão eleitoral que exerceu na Geórgia (sudeste) em 2020 e da gestão de arquivos sigilosos da Casa Branca, afirma frequentemente ser vítima de um misterioso "deep state" (Estado profundo ou Estado nas sombras), uma alegação considerada uma teoria da conspiração.

- Querem "silenciá-lo" -

Para Trump, a revista de sua casa na Flórida pelo FBI foi "um abuso de poder", enquanto chama as investigações contra ele de "uma caça às bruxas".

Sua visita a Waco é uma reconexão com um público que o aplaude. Seus apoiadores o aguardam em um clima festivo e não dão relevância às acusações contra ele.

"Não aconteceu nada com Stormy Daniels, tudo está sendo distorcido para fazê-lo ficar mal porque (...) está derrubando todos os criminosos neste sistema de elite e nunca antes isso tinha sido feito", disse à AFP Kelly Heath, de 49 anos, usando um boné rosa com a inscrição "Trump Girl" (Garota Trump).

Para esta apoiadora vinda da Geórgia (sul), estão tentando "silenciar" o ex-presidente.

Nas imediações do local, perto do aeroporto de Waco, Louis, um aposentado de 72 anos que não quis revelar seu sobrenome, diz ao seu neto de 16 anos que "todos os presidentes tiveram amantes. Por que não ele?"

Julie, vinda de Tyler, no Texas, que não quis revelar nem seu sobrenome, nem sua idade, afirma que o caso Stormy Daniels "não é grande coisa. Ela veio do nada ver quanto dinheiro poderia tirar" de Trump.

Muitas tendas vendem vários produtos com a marca Trump, de bonés com as frases "Trump 2024" e "Trump Girl" a uma camiseta branca com o lema "Deus, armas, Trump em Waco, Texas". Um cartaz diz, "os democratas são comunistas".

Este encontro dá ao republicano a chance de impulsionar sua campanha, enquanto nem todo o partido o apoia, embora várias pesquisas de opinião o apontem como o ganhador das primárias.

O bilionário insiste em falar de uma "fraude" nunca provada nas eleições presidenciais de 2020, quando foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Trump também viu parte da direita - particularmente seus doadores ricos - voltarem os olhares para um novo personagem, o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos, que ainda não lançou sua candidatura, mas se alinha como um de seus maiores adversários na disputa pela indicação republicana em 2024.

Trump alertou no ano passado que DeSantis não se candidate, pois se o fizer, ameaçou revelar coisas sobre ele "pouco lisonjeiras".


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