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Estado de Minas PARIS

Painel da ONU se reúne na Suíça para debater sete anos de pesquisa sobre mudança climática


13/03/2023 11:53

Sete anos de pesquisas sobre as mudanças climáticas em todo o mundo serão minuciosamente analisados a partir desta segunda-feira (13), na Suíça, para elaborar uma diretriz de ações para os governos.

A reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês) acontece em Interlaken até 17 de março, com a participação de cientistas e diplomatas de quase 200 países.

O resultado destas discussões, que já se mostraram difíceis em outras ocasiões, deve ser apresentado em um documento que resumirá os principais perigos e as medidas necessárias para combatê-los.

Este estudo, que deve ser publicado em 20 de março, conterá as últimas descobertas sobre mudança climática, o impacto dos grandes acontecimentos meteorológicos, como secas e enchentes, e as propostas científicas para conter a emissão de gases de efeito estufa.

"É um momento decisivo, sete anos depois do Acordo de Paris e nove anos depois do último balanço de síntese do IPCC", disse à AFP Kaisa Kosonen, especialista do Greenpeace na região nórdica e observadora nestas reuniões do IPCC.

Chegou o momento de "acelerar a saída dos combustíveis fósseis", pediu o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um vídeo.

- Seis relatórios, milhares de páginas -

Desde sua criação em 1988, o IPCC, um órgão intergovernamental formado por centenas de cientistas, elaborou seis relatórios, cada um deles dividido em três partes e com milhares de páginas que compilam observações científicas em todo o mundo.

O resumo do IPCC para as autoridades de políticas ambientais é importante, porque é a ferramenta com a qual os governos podem impor mudanças drásticas em setores-chave, como energia e construção.

Será também um documento essencial para a próxima conferência sobre a mudança climática (COP28) em Dubai, em dezembro.

"Os fatos demonstram que não estamos fazendo o suficiente para responder a esta crise. As emissões atuais continuam sendo as maiores da história da humanidade", adverte Stephanie Roe, especialista da organização WWF e colaboradora do informe do IPCC.

"Estamos longe do nosso objetivo, e a janela que permite limitar o aquecimento a +1,5°C está se fechando rapidamente", explica.

Essa meta de um teto de até +1,5°C foi um dos pontos-chave do Acordo de Paris de 2015.

Ao mesmo tempo, "a ciência mostra, claramente, que as soluções estão à nossa disposição", garantiu esta especialista.

Desde o final do século XIX, a temperatura média do planeta subiu mais de 1,1°C, o que implica, segundo especialistas, mudanças no clima, cujo alcance ainda estamos descobrindo.

A síntese final deste sexto informe será composta por duas partes. A primeira será um condensado de cerca de 50 páginas das três partes principais do último informe, publicadas entre 2021 e 2022. Essas três partes apresentaram as provas físicas da mudança climática, seus impactos e as medidas de mitigação.

Em paralelo, o IPCC divulgou três relatórios especiais sobre as consequências, sobre os oceanos e criosfera e também sobre a terra firme.

"O relatório de síntese é importante, porque será o último trabalho do IPCC por alguns anos", afirmou Oliver Geden, um dos autores principais e especialista do Instituto alemão de Assuntos de Segurança Internacional, em entrevista à AFP.


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