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Estado de Minas BOGOTÁ

Violência na fronteira Colômbia-Equador assola povo indígena Awá


07/03/2023 18:28

Na fronteira entre Colômbia e Equador, o povo indígena Awá é vítima de assassinatos, deslocamento forçado e recrutamento de menores por parte de narcotraficantes e guerrilheiros, denunciaram nesta terça-feira (7) as Defensorias do Povo de ambos os países.

As entidades apresentaram um alerta binacional com o objetivo de "prevenir violações de direitos e proteger" cerca de 29 mil indígenas dessa comunidade que habita a linha da fronteira, segundo um comunicado.

Segundo números dos Awá, em 2022, eles sofreram 22 homicídios, dois massacres (assassinatos de três ou mais pessoas), sete desaparecimentos, dez casos de deslocamento em massa, cinco acidentes com minas terrestres, entre outras ações violentas. Além disso, cerca de sete menores são recrutados mensalmente.

A guerrilha do ELN, as dissidências das Farc que se afastaram do acordo de paz de 2016 e grupos de traficantes de drogas disputam na região a "economia da coca, a mineração ilegal, o desmatamento ilegal de florestas e outras economias ilícitas", disse o defensor do povo da Colômbia, Carlos Camargo, durante a apresentação do relatório em Bogotá.

As organizações armadas aproveitam a porosidade da fronteira de 600 quilômetros "com lacunas de presença estatal", favoráveis para o "ocultamento de homens e material de guerra", acrescentou.

Apesar do desarmamento da maioria das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a violência persiste no país e deixa mais de 9 milhões de vítimas em meio século.

Com o histórico pacto de paz, "houve entre aspas um descanso", mas depois "os grupos à margem da lei começaram a se organizar, a gerar mais violência" e "uma repressão muito forte", pior do que a imposta pelos então rebeldes das Farc, explicou Noel Amilcar, líder awá.

E a violência recai sobre os povos originários que tradicionalmente se opuseram ao negócio das drogas.

Além disso, esta comunidade sofre com a "falta de atenção do Estado em saúde, educação, moradia, acesso a água potável e internet", afirmou César Córdova, defensor do povo do Equador.

O governo de esquerda de Gustavo Petro está negociando com grupos armados em busca de desativar a prolongada guerra interna.

Desde que assumiu o poder em 7 de agosto, 14 indígenas Awá foram mortos e mais de 10 mil foram vítimas de confinamento e deslocamento forçado, de acordo com a Defensoria.

"A situação da população Awá é uma situação de risco extremo", insistiu Juliette De Rivero, representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.


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