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Estado de Minas BERLIM

Documentário sobre clínica psiquiátrica flutuante leva Urso de Ouro na Berlinale


25/02/2023 18:25

O documentário "Sur l'Adamant", do diretor francês Nicolas Philibert, filmado sobre uma barcaça no rio Sena, em Paris, que acolhe pessoas em tratamento psiquiátrico, levou o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim neste sábado (25).

Philibert, de 72 anos, filmou este documentário como parte de uma trilogia sobre o tema.

"O documentário ser considerado cinema por si só é algo que me emociona profundamente", declarou o cineasta, ao receber o prêmio máximo da 73ª edição da Berlinale.

"Tentei inverter a imagem que sempre temos dos loucos, tão discriminatória", acrescentou Philibert.

"Quero que sejamos capazes, se não de nos identificarmos com eles, pelo menos de reconhecermos o que nos une para além das nossas diferenças, como uma humanidade comum", acrescentou.

Fiel à sua reputação de festival engajado, a Berlinale serviu de plataforma para filmes com temática social, particularmente a identidade trans.

Neste contexto, a menina espanhola Sofía Otero, intérprete de um menor trans em "20.000 especies de abejas", emocionou com o prêmio de melhor interpretação.

- "Muito agradecida" -

O prêmio de melhor interpretação coadjuvante foi para outra atriz intérprete de um trans, a austríaca Thea Ehre (por "Bis ans ende der nacht"). E entre os documentários, uma obra autobiográfica de Paul Preciado ("Orlando, mi biografía política"), um ensaísta espanhol, também trans, levou dois prêmios.

Em "20.000 especies de abejas", Sofía Otero interpreta um menino de nove anos que quer ser tratado como menina pela família.

O longa-metragem é o primeiro de Estíbaliz Urresola, uma diretora basca de 39 anos. E é a primeira vez que um filme de estreia filme de uma diretora espanhola disputa a mostra competitiva na Berlinale.

Com lágrimas nos olhos, Otero recebeu o prêmio no Berlin Palast e agradeceu a toda sua família. "Meu pai é o melhor pai do mundo", exclamou diante de uma plateia emocionada.

Em coletiva de imprensa, a organização não autorizou que a menina respondesse perguntas. Mas Otero, escolhida por Urresola em um casting de mais de 500 candidatas, se disse "muito agradecida" e assegurou que o melhor dia do festival foi "o dia em que chegamos ao hotel".

A masculinidade, a guerra e as relações familiares, tudo isso misturado a propostas visuais radicais, também tiveram espaço na Berlinale.

O júri atribuiu o prêmio de melhor roteiro a "Music", uma complicada recriação dos mitos gregos da alemã Angela Schanelec, com poucos diálogos.

A fotógrafa francesa Hélène Louvart ganhou um prêmio especial pela fotografia de "Disco Boy", de Giacomo Abbruzzesse, que narra as peripécias de um jovem imigrante ilegal que se alista na Legião Estrangeira ao chegar à França.

O júri do festival foi presidido pela atriz americana Kristen Stewart, de 32 anos, a mais jovem da história da mostra, e uma defensora declarada da causa lésbica e feminista.

Também compôs o júri do festival berlinense a espanhola Carla Simón, ganhadora do Urso de Ouro no ano passado por "Alcarràs".

A Berlinale abriu as portas este ano a diretores e artistas ucranianos e iranianos.

Nove filmes especificamente dedicados ao conflito na Ucrânia foram apresentados durante a competição, mesmo número das obras procedentes do Irã, um país sacudido por protestos contra o regime islâmico.

O festival recuperou totalmente suas forças e assegura ter recebido 11.500 visitantes durante seu mercado cinematográfico, no qual foram exibidos 773 filmes.

O diretor americano Steven Spielberg recebeu um Urso de Ouro honorário por sua carreira. Passaram pelo tapete vermelho da Belinale astros como Bono, Helen Mirren (protagonista de "Golda"), Cate Blanchett e Anne Hathaway.


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