(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas REPRESSÃO

Jovens iranianos enfrentam pena de morte por protestos

O Irã está tomado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial


14/12/2022 12:37 - atualizado 14/12/2022 13:51

Na foto, protestos no irã contestam governo autoritário
Ativistas pedem uma ação internacional enérgica para impedir novas execuções (foto: ATTA KENARE / AFP)
Um médico, um rapper e um jogador de futebol estão entre os mais de 20 iranianos que poderão ser enforcados, após uma condenação à pena de morte, uma tática de intimidação do regime para sufocar os protestos - denunciam grupos de direitos humanos.

As duas primeiras execuções relacionadas com o movimento de manifestações no país, a de Mohsen Shekari, em 8 de dezembro, e a de Majidreza Rahnavard, em 12 de dezembro, ambos de 23 anos, provocaram protestos e novas sanções ocidentais, especialmente porque Rahnavard foi enforcado em público, e não na prisão.

Nesse contexto, os ativistas pedem uma ação internacional enérgica para impedir novas execuções.

"Até que o custo político das execuções seja significativamente maior, enfrentaremos execuções em massa", adverte o diretor do grupo norueguês Iran Human Rights (IHR), Mahmood Amiry-Moghaddam, que acusa as autoridades iranianas de usarem as execuções para "semear o medo e salvar o regime".

O Irã está tomado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. Ela foi detida pela polícia moral sob a acusação de violar o rígido código de vestimenta exigido para as mulheres.

  • Leia: O jogador iraniano condenado à morte por defender direitos das mulheres

Desde sua fundação em 1979, a República Islâmica foi abalada por várias ondas de protesto. Desta vez, porém, trata-se de uma crise sem precedentes, por mobilizar diferentes etnias e classes sociais e incluir apelos diretos pelo fim do regime.

Segundo a Anistia Internacional, outras 11 pessoas foram condenadas à morte no contexto dos protestos, e nove enfrentam acusações que podem levar à pena capital.

A ONG cita o caso de Sahand Nourmohammad-Zadeh, condenado à morte em 6 de novembro, após ser considerado culpado de "destruir grades de proteção de estradas e de queimar latas de lixo e pneus".

Na quarta-feira, o manifestante Mahan Sadrat, detido recentemente, foi "salvo da execução", disse seu advogado.

Confissões forçadas

Mohammad Ghobadlou, de 22 anos, foi condenado à morte por atropelar policiais, matando um e ferindo vários outros. Segundo a Amnistia, "seriamente preocupada", ele foi torturado na prisão.

O mesmo aconteceu com o rapper Saman Seydi, conhecido como Saman Yasin, que apoiou o protesto nas redes sociais e é acusado de disparar para o alto. Segundo a Anistia, ele foi torturado para se obter uma confissão forçada.

Hamid Ghare-Hasanlou, um médico, e sua esposa Farzaneh Ghare-Hasanlou, estavam a caminho do funeral de um manifestante morto quando se viram "presos no caos" de um atentado a um membro da milícia Basidj, de acordo com Anistia.

  • E também: Jogadores do Irã não cantam hino nacional como forma de protesto; entenda

Hamid Ghare-Hasanlou foi condenado à morte, e sua esposa, a 25 anos de prisão. O tribunal se baseou em declarações que, segundo a Anistia, foram extraídas à força de sua esposa. Seu marido foi torturado durante sua detenção e hospitalizado com costelas quebradas.

Entre os condenados à pena de morte está o rapper Toomaj Salehi, de 32, acusado "unicamente pelas críticas feitas em sua música e nas redes sociais", acrescenta a Anistia, acrescentando que, também neste caso, há denúncias de tortura.

O jogador de futebol profissional Amir Nasr Azadani, de 26 anos, também enfrenta a pena capital, após ser acusado da morte de três seguranças na cidade de Isfahan, em novembro, completou a ONG.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)