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Estado de Minas GUERRA

Explosão destrói parte de ponte que liga Rússia à Crimeia

Autoridades russas afirmaram que um caminhão-bomba explodiu, o que provocou incêndio também em sete tanques de um trem que transportava combustível


09/10/2022 04:00

Imagens de satélite
Imagens de satélite mostram a nuvem de fumaça e destruição após a explosão de um caminhão-bomba na ponte que liga os dois países (foto: AFP/Satellite image/Maxar Technologies )

 
Em momento delicado para as forças da Rússia, que acumulam derrotas nos campos de batalha da Guerra da Ucrânia, uma forte explosão destruiu parte da única ponte que conecta o território russo à península da Crimeia, anexada pelo Kremlin em 2014. A estrutura é considerada rota crucial de abastecimento para as tropas de Vladimir Putin no país invadido. A explosão foi registrada ontem.
Autoridades russas afirmaram que um caminhão-bomba explodiu, o que provocou incêndio também em sete tanques de um trem que transportava combustível. Ao menos três pessoas morreram.
 
Trechos da ponte teriam desmoronado. Considerada um dos símbolos da anexação russa da Crimeia, a gigantesca estrutura rodoferroviária tem 19 quilômetros de extensão e é uma das maiores da Europa.
Após a queda do governo pró-Kremlin da Ucrânia, a Rússia capturou a Crimeia sem um único tiro, em 2014. A ponte foi inaugurada com grande alarde pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin, quatro anos depois. A construção foi feita sobre o Estreito de Kerch, que separa os mares Negro e de Azov.
Mais do que simbólica, a estrutura representa uma importante rota de abastecimento para as forças do Kremlin em Kherson, no Sul da Ucrânia, e para o porto naval de Sebastopol, a principal cidade da Crimeia.
 
Vídeos publicados nas redes sociais mostram partes das estruturas rodoferroviárias destruídas, enquanto um trem é consumido pelas chamas. Uma câmera registrou o momento da explosão, que atingiu carros que passavam pelo local. Outras imagens capturadas a distância mostram fumaça espessa no horizonte.

CONTRAOFENSIVA  Nos últimos dias, ataques contra alvos russos na Crimeia levaram pânico aos moradores da península. Os êxitos da contraofensiva ucraniana aumentaram a pressão sobre Putin, que determinou no mês passado a mobilização de 300 mil reservistas para lutar no conflito. Após a decisão, o mandatário russo registrou a primeira queda de sua popularidade desde a invasão do vizinho, em fevereiro — a aprovação caiu de 83% para 77%, segundo o instituto de pesquisas Centro Levada, ainda independente na Rússia.
 
Ontem, Putin ordenou a criação de uma comissão para esclarecer a explosão. O Comitê de Investigação da Rússia informou ter identificado o proprietário do caminhão-bomba. Ele seria morador da região de Krasnodar, no Sul da Rússia.
 
Autoridades ucranianas fizeram comentários irônicos sobre a explosão. O chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksii Danilov, publicou nas redes sociais vídeo da ponte em chamas ao lado de outro vídeo de Marilyn Monroe cantando "Feliz aniversário, senhor presidente", em referência a Putin, que completou 70 anos na sexta-feira (7/10).
 
Autoridades ucranianas vinham expressando o desejo de destruir a ponte de Kerch. O serviço postal da Ucrânia informou ontem que imprimirá um selo especial para comemorar a explosão.
 
Várias ações de sabotagem foram atribuídas à Ucrânia desde o início do conflito. Após a explosão na ponte, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a reação de Kiev à destruição da infraestrutura "testifica a sua natureza terrorista". Serguei Aksionov, governador russo da Crimeia, informou que o tráfego foi suspenso enquanto os danos eram avaliados.

DERROTAS RUSSas A destruição da estrutura ocorre em um momento em que a Rússia vem sofrendo sucessivas derrotas no front. Após os reveses, Putin fez novas ameaças de guerra nuclear contra o Ocidente. Na semana passada, o Ministério da Defesa russo passou a divulgar que parte dos reservistas mobilizados está sendo treinada para lutar num ambiente de guerra nuclear, química ou biológica.
 
Também ontem, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, acusou países do Ocidente de recorrerem a "mentiras e manipulações" para elevar ainda mais a tensão no conflito. Segundo ele, os EUA e seus aliados tentam introduzir a retórica nuclear sobre a Ucrânia na agenda global.
"O Ocidente distorce tudo na tentativa de mostrar que é a Rússia que supostamente está expressando ameaças nucleares", disse Lavrov em entrevista ao jornal russo Argumenty i Fakty, segundo a agência de notícias Tass. "Várias manipulações e mentiras descaradas são exploradas (pelo Ocidente). No entanto, estamos acostumados com isso."
 
Numa tentativa de conter o avanço ucraniano, o Ministério da Defesa russo diz já ter alistado 200 mil dos 300 mil reservistas que deseja para combate, e que alguns poderão estar em ação já em novembro. (Folhapress)


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