Nos primeiros quatro dias de setembro, a parte brasileira da maior floresta tropical do planeta teve 12.133 queimadas, mais de 70% do que foi registrado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Inpe disponíveis nesta segunda-feira, Dia da Amazônia.
Em setembro de 2021 foram registrados 16.742 focos de incêndio, número significativamente abaixo da média mensal de 32.110 incêndios, entre 1998 e 2021.
No entanto, a média de 3.000 incêndios por dia neste mês disparou alarmes entre os órgãos ambientais, porque se essa tendência continuar, setembro pode ser um dos piores meses desde o início dos registros.
Em agosto, o bioma teve o maior número de incêndios para o período em 12 anos.
A ONG Observatório do Clima disse nesta segunda-feira que "há pouco a se comemorar" no Dia da Amazônia.
A Amazônia "encontra-se sob ataque intenso das forças criminosas que, estimuladas pelo governo federal, vêm promovendo a maior onda de destruição e degradação da floresta em quase duas décadas".
O desmatamento e os incêndios florestais dispararam sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, em janeiro de 2019, o desmatamento médio anual na Amazônia brasileira aumentou 75% em comparação com a década anterior.
O presidente rejeita as críticas argumentando que a extensão da Amazônia dificulta sua fiscalização e que o Brasil "conserva suas florestas muito melhor que a Europa".
Especialistas apontam uma relação direta entre os focos de incêndio e o aumento ilegal do desmatamento na Amazônia, já que o fogo costuma ser usado para renovar o solo.
"É hora de fazer uma escolha: ou o país fica com a floresta, ou com o atual presidente. Não dá para ter ambos", salienta Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
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