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Estado de Minas LIMA

Presidente do Peru e sua família enfrentam maratona de audiência judiciais


26/08/2022 17:33

O presidente do Peru, Pedro Castillo, e sua família enfrentam a partir desta sexta-feira (26) uma maratona de audiências judiciais, acusados pelo Ministério Público de dirigir uma suposta rede de corrupção que operava do palácio de governo.

A primeira a se sentar no banco dos réus será a cunhada do mandatário esquerdista, Yenifer Paredes, de 26 anos, que está em prisão temporária desde 10 de agosto, um dia depois de promotores e policiais fazerem buscas na sede do governo em Lima, algo sem precedentes no país, a fim de prendê-la.

Castillo afirmou que a operação foi "ilegal" e agora busca destituir o responsável, o coronel Harvey Colchado, por considerar que "vulnerabilizou" a imunidade presidencial.

A cunhada do presidente tem que comparecer nesta sexta às 18h locais (20h de Brasília) diante do juiz Johnny Gómez Balboa, que resolverá se converte ou não sua prisão em preventiva por 36 meses.

Ela fazia parte de uma "organização criminosa liderada pelo senhor presidente da república", alegou o promotor Jorge García Juárez ao fundamentar na terça-feira o pedido de prisão preventiva.

Yenifer, que considera o casal presidencial como seus "pais", "é parte dessa rede criminosa como lobista e coordenadora", acrescentou.

Nessa audiência, comparecerá também José Nenil Medina, prefeito do distrito de Anguía, na região de Cajamarca, de onde é a família de Castillo.

A cunhada e o prefeito supostamente estavam em conluio para oferecer e conceder irregularmente obras de saneamento, de acordo com o MP.

- "Não roubaram" -

No entanto, no dia 5 de setembro, Castillo deve se apresentar ao Ministério Público e sua esposa, Lilia Paredes, a um juiz. Ambos são professores rurais.

Castillo nega qualquer crime por parte de sua família e diz ser vítima de uma campanha para retirá-lo do poder. Na terça-feira, afirmou que sua esposa e sua cunhada "vão demonstrar que não roubaram um centavo do Peru".

O presidente, de 52 anos, já prestou declarações duas vezes à promotoria: em 17 de junho por supostos subornos em contratos de obras públicas e em 4 de agosto por supostas promoções irregulares nas forças armadas.

A primeira-dama, de 49 anos, compareceu perante o Congresso em 13 de julho após ser convocada, mas se absteve de responder às perguntas por recomendação de seu advogado, Benji Espinoza.

- "É honesto?" -

O chefe do gabinete ministerial, Aníbal Torres, afirmou nesta sexta que "o Executivo está de acordo com a realização de investigações fiscais, judiciais, administrativas e políticas, mas que seja com objetividade, não com espírito de perseguição".

Castillo foi chamado pelo MP para responder pela saída abrupta, em 20 de julho, do ministro do Interior, Mariano González, que se manteve apenas duas semanas no cargo.

Também será interrogado sobre um suposto tráfico de influências na empresa estatal PetroPerú.

"Temos, realmente, um presidente honesto? Que bom, que siga trabalhando, e bem. Do contrário, se tivermos um que está em conluio e gerenciando uma organização criminosa, que saia", declarou na quinta-feira a chefe do Congresso, a opositora Lady Camones.

- Choques com o Congresso -

A primeira-dama deve comparecer diante do juiz Raúl Justiniano Romero em uma audiência em que os promotores fundamentarão um pedido para proibir que ela saia do país por três anos. Essa solicitação inclui também dois de seus irmãos, Walter e David Paredes.

Desde março, estão foragidos dois sobrinhos do presidente, Fray Vásquez Castillo, de 32 anos, e Gian Marco Castillo Gómez, de 23, investigados por suposta conspiração ligada a um contrato de construção de uma ponte em uma área florestal.

Em seus 13 meses no poder, Castillo tem vivido sob o cerco do MP e o persistente assédio de um Congresso dominado pela direita, que exige sua renúncia.

Ele sobreviveu duas tentativas de impeachment no Legislativo e a promotoria não pode levá-lo a julgamento até o fim de seu mandato, em 28 de julho de 2026, já que tem imunidade.

Castillo enfrenta seis investigações do Ministério Público, algo também inédito para um presidente em exercício no Peru.

No entanto, esse tipo de acusação contra presidentes não são novidade no país andino. Situações similares levaram à queda do direitista Pedro Pablo Kuczynski em 2018 e do centrista Martín Vizcarra em 2020.

Assim como Castillo, os dois ex-presidentes passaram por constantes choques contra o Congresso, que era controlado por seus adversários.


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