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Estado de Minas CHONGQING

Com 'tudo morto', agricultor chinês não tem escolha a não ser esperar a chuva


26/08/2022 08:46

Qin Bin passou 10 anos trabalhando em sua terra, cultivando pêssegos e pitayas para vender aos turistas em uma pequena barraca nos arredores da cidade de Chongqing. Mas a intensa onda de calor no sul da China acabou com sua colheita.

"É a primeira vez na minha vida que enfrento uma calamidade como essa", disse o agricultor de 50 anos à AFP.

Qin sofre as consequências do verão mais quente já registrado e que atingiu duramente metade de suas terras, vítimas da seca.

"Este foi um ano muito triste", diz ele. "Agora deveríamos estar colhendo frutas, mas tudo se foi, tudo morreu pelo sol escaldante", lamenta.

O sul da China viu seu maior período de altas temperaturas desde o início dos registros, há pouco mais de 60 anos. Uma situação que levou a cortes de energia e que afetou particularmente o setor agrícola.

O calor escaldante representa uma "ameaça severa" para a colheita de outono do país, disse o governo chinês, que prometeu bilhões de yuanes em ajuda aos agricultores.

Mas para Qin, qualquer ajuda chegará tarde demais: sua safra de videiras secou e essa era sua principal fonte de renda.

"Praticamente tudo morreu", conta. "O governo fez um grande esforço para nos ajudar, mas isso só servirá para revitalizar as árvores, não para dar frutos".

Ele não é o único que sofre em sua aldeia, que abriga milhares de hectares de campos totalmente arruinados.

"Dando um passeio pela cidade, percebe-se o nível do desastre", diz ele.

O calor extremo obrigou Qin e outros agricultores a trabalhar em horários incomuns, já que trabalhar em plena luz do dia, quando o termômetro ultrapassa os 40ºC, é muito árduo.

Sendo assim, eles trabalham de madrugada, das 22h às 4h, e descansam durante o dia.

"É impossível trabalhar no pomar porque a temperatura do solo está em torno de 60ºC, nós medimos no outro dia", explica.

Ainda assim, seus esforços para salvar uma parte da colheita serão em vão se a seca durar mais um mês.

"Se o calor durar até 4 de setembro, como alguns dizem, provavelmente mais da metade das árvores cujo resgate estamos envolvidos dia e noite morrerão", estima Qin.

"Participar disso é muito triste", acrescenta.

Segundo ele, tudo o que podem fazer agora é esperar a chuva.


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