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Estado de Minas SANTIAGO

Cepal melhora previsão de crescimento da América Latina para 2022, mas aponta desafios


23/08/2022 15:47

A Cepal melhorou nesta terça-feira (23) sua previsão de crescimento para a América Latina a 2,7% em comparação com a estimativa anterior, de 1,8%, apesar de um cenário muito complexo de desaceleração e inflação, que se aprofundará no segundo semestre do ano.

O cenário global de baixo crescimento e aumento dos preços, "juntamente com o menor crescimento do comércio, a valorização do dólar e o endurecimento das condições financeiras globais [aumento das taxas de juros], afetarão negativamente os países da região", explicou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Daniel Titelman, diretor de Desenvolvimento Econômico deste organismo técnico das Nações Unidas, afirmou em coletiva de imprensa que a região está em uma "conjuntura muito difícil", pois "está retornando a uma tendência e a uma trajetória de baixo crescimento que já se via antes da pandemia com muita força".

"Esta dinâmica de baixo crescimento vem acompanhada de pressões inflacionárias e altas taxas de inflação, que geraram uma situação muito complexa de desafio para a política macro [econômica]", afirmou o especialista da Cepal.

O processo de desaceleração começou a se evidenciar depois do crescimento de 6,5%, registrado em 2021, em sua maioria impulsionado por uma forte recuperação dos serviços após o pior momento da pandemia de covid.

Mas agora se soma ao cenário internacional adverso a guerra na Ucrânia, um conflito que "gerou uma disponibilidade menor de alimentos e aumentos nos preços da energia, o que aumentou as pressões inflacionárias que vinham ocorrendo como resultado dos choques de oferta gerados pela pandemia", explicou.

A incerteza sobre a duração do conflito fez aumentar a volatilidade dos mercados financeiros, "gerando condições mais onerosas para acessar o financiamento, o que prejudica os países da região", segundo a Cepal.

Após o fim da recuperação pós-pandemia e devido à guerra na Ucrânia, a Cepal espera para o segundo trimestre "um aumento da desaceleração" do crescimento nos países da América Latina.

- Consumo resiliente -

Para a Cepal, persistência de dinâmicas de consumo mais resilientes explicam a leve melhora de suas estimativas de crescimento em relação às publicadas em abril.

"O grosso dos países, mais ou menos, se mantém igual em sua dinâmica de crescimento e há alguns países [em] que, sobretudo no primeiro trimestre, o consumo foi um pouco mais resiliente do que todos esperávamos" e, além disso, "o investimento estava caindo, mas caiu um pouco menos rápido do que todos esperávamos", resumiu Titelman.

Mesmo assim, 16 dos 33 países monitorados não conseguirão, ao final de 2022, recuperar o nível de crescimento de seu PIB antes da pandemia.

"Haverá uma alta heterogeneidade nas taxas de crescimento dos países da região", destacou Titelman.

A Cepal projeta um crescimento para a América do Sul de 2,6%, com a Venezuela à frente (10%).

Para a América Central, a estimativa é de 4,1%, com o Panamá com os melhores prognósticos (7%), enquanto o Caribe tem uma previsão de crescimento de 10,2%, embora esta sub-região alcance 4,7% excluindo-se a Guiana (52%).

Para fazer frente a este novo ciclo de desaceleração, a Cepal considera que "é urgente dinamizar o investimento".

"A política macroeconômica deve dinamizar o crescimento sustentável, buscar a estabilidade dos preços, gerar emprego de qualidade, reduzir a pobreza e a desigualdade", ressaltou o organismo.


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