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Estado de Minas NOVA DÉLHI

Índia e Paquistão, 75 anos de tensões


12/08/2022 06:53

A Índia e o Paquistão, que se tornaram independentes em 1947 após a divisão do Raj britânico (regime colonial) no subcontinente indiano, viveram uma história marcada por conflitos e disputas territoriais pela região da Caxemira.

Aqui estão algumas das principais datas dessa história tumultuada:

- 1947: uma separação sangrenta -

O último vice-rei da Índia, Lord Louis Mountbatten, encerra dois séculos de domínio britânico.

O subcontinente é dividido em dois Estados: Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana e formado por dois territórios geograficamente separados.

A partição, mal preparada, provoca o deslocamento de cerca de 15 milhões de pessoas e desencadeia confrontos entre as duas comunidades, com centenas de milhares de mortos.

- 1947-49: a divisão da Caxemira -

No final de 1947, eclodiu uma guerra entre a Índia e o Paquistão pelo controle do estado predominantemente muçulmano da Caxemira, no Himalaia, que estava sob a jurisdição da Índia.

Em janeiro de 1949, um cessar-fogo apoiado pela ONU estabelece uma linha de separação de 770 quilômetros que se tornará a fronteira de fato naquela região.

Sendo assim, 37% da Caxemira passa sob o controle do Paquistão e 63% permanece nas mãos da Índia, embora os dois países continuem reivindicando todo o território.

- 1965: uma nova guerra -

O Paquistão lança uma nova ofensiva na Caxemira em agosto e setembro de 1965, que terminará sete semanas depois com um cessar-fogo obtido com mediação soviética e sem definições precisas.

- 1971: terceira guerra e surgimento de Bangladesh -

Os dois países competem pelo controle do Paquistão Oriental, que se separa de Islamabad com o apoio da Índia e proclama sua independência sob o nome de Bangladesh. No breve conflito, cerca de três milhões de pessoas morreram.

- 1974: nuclearização regional -

A Índia realiza um teste nuclear em 1974, tornando-se o sexto país oficialmente dotado de armas atômicas. O Paquistão se tornará o sétimo em 1998. A nuclearização dessa região causa preocupação mundial.

- 1989-90: rebelião na Caxemira indiana -

Separatistas muçulmanos, que a Índia diz serem apoiados pelo Paquistão, lançam uma guerra de desgaste contra o exército indiano na Caxemira.

Dezenas de milhares de combatentes e civis morrem nos confrontos e inúmeras atrocidades cometidas por ambos os lados são denunciadas.

Milhares de hindus da Caxemira fogem para outras partes da Índia à medida que os ataques se intensificam em 1990.

- 1999-2003: a guerra de Cargil -

Em 1999, milicianos paquistaneses cruzam a linha de demarcação com a Índia na Caxemira e tomam postos militares nas montanhas Cargil. A Índia consegue repelir o ataque após dez semanas de combates que deixaram cerca de 1.000 mortos de cada lado.

As hostilidades cessam sob pressão dos Estados Unidos.

Novos confrontos ocorrem em 2002 e 2003, que a Índia atribui aos milicianos paquistaneses.

Em 2003 foi acordado um cessar-fogo na fronteira, mas o processo de paz lançado no ano seguinte não se concretizou.

- 2008-2016: atentados em Mumbai -

Em novembro de 2008, uma série de ataques na cidade indiana de Mumbai deixou 166 mortos. A Índia atribui os ataques a um grupo islâmico paquistanês apoiado pelos serviços de informação daquele país e interrompe as negociações de paz.

O processo recomeça em 2011, mas é prejudicado por confrontos esporádicos.

Tropas indianas realizam incursões contra posições separatistas instaladas na parte da Caxemira controlada pelo Paquistão.

Em dezembro de 2015, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi faz uma visita surpresa ao Paquistão.

- 2019-22: repressão -

Em fevereiro de 2019, um ataque suicida reivindicado por um grupo paquistanês matou 41 soldados indianos na Caxemira.

A Índia lança ataques aéreos de retaliação, respondido com mais ataques de aeronaves paquistanesas.

No mesmo ano, a Índia revoga a autonomia limitada da Caxemira e prende milhares de opositores políticos naquela região.

As autoridades impõem um longo bloqueio às conexões de internet e enviam tropas de reforço para a região.


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