"Acredito que a sucessão constitucional deve ocorrer. Sem dúvida, o questionamento sobre outras pessoas, incluindo a vice-presidente, (isso) deve ocorrer imediatamente, o Congresso deve agir agora", declarou González à rádio RPP.
O ex-ministro, que estava no cargo há 15 dias, assegurou que sua demissão surpresa está ligada a uma decisão de Castillo de encobrir a corrupção no governo.
"Não tenho dúvidas de que esta saída abrupta tem a ver com a obstrução da justiça por parte da administração", acrescentou González.
"Acredito que para o esclarecimento da verdade e pelo país, o senhor (Castillo) deve se submeter à justiça", afirmou.
A denúncia de González provocou uma nova crise política entre o governo de esquerda e o Congresso dominado pela direita, que busca convocar uma sessão extraordinária para destituir o presidente Castillo.
González afirmou que soube de sua demissão através de um tuíte de Castillo na noite de terça-feira.
A destituição do ministro ocorreu horas após o Ministério do Interior anunciar a formação de uma equipe especial de polícia para capturar três membros do gabinete presidencial investigados pelo Ministério Público por corrupção, que estão foragidos desde junho.
O presidente Castillo, que completa um ano no cargo em 28 de julho, também está sendo investigado.
Os três fugitivos são um ex-ministro de Castillo, um sobrinho que atuou como assessor do presidente e o ex-secretário da presidência peruana, todos membros da administração de Castillo desde o início de seu governo.
"Acredito que o senhor Castillo está obstruindo a justiça porque está impedindo o trabalho de agentes de inteligência especializados que procuram os fugitivos", acrescentou González.
O MP investiga Castillo por supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio agravado, por um caso que envolve seu entorno político e familiar.
O presidente não pode, porém, ser levado à Justiça, já que tem imunidade como chefe de Estado. Seu mandato termina em 2026.
LIMA