Caro Quintero, 69, um dos líderes do extinto cartel de Guadalajara, foi preso por agentes da Marinha no estado de Chihuahua, segundo a imprensa local. A recompensa pelo narcotraficante chega a 20 milhões de dólares, a mais alta que a agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA) oferece por um criminoso mexicano, superando chefes em plena atividade, como Nemesio Oseguera, "El Mencho", líder do Cartel Jalisco Nova Geração (10 milhões).
O chefe havia sido capturado em 1985, por ter ordenado o assassinato de Camarena, e condenado a 40 anos de prisão, que cumpria no México, mas foi libertado em agosto de 2013 por tecnicismo legal.
Após a sua libertação, o governo dos Estados Unidos exigiu a sua captura com fins de extradição, sob as acusações de sequestro e assassinato de agente federal, crimes violentos, posse e distribuição de cocaína e maconha, entre outros.
O agente Camarena foi torturado e assassinado em 1985, depois de passar quatro anos infiltrado no cartel de Guadalajara, fundado por Caro Quintero, Miguel Ángel Félix Gallardo e Ernesto Fonseca Carrillo. Em entrevista concedida ao semanário "Proceso" em 2016, enquanto estava foragido, Caro Quintero negou ter ordenado o assassinato de Camarena.
"Eu nunca havia falado sobre esse caso, foi a primeira vez. Não o sequestrei, não o torturei e não o matei", disse. Nesse momento, o chefe também disse que, após anos no narcotráfico, queria apenas "viver em paz". "A única coisa que busco é paz, e peço perdão à sociedade mexicana pelos erros que cometi."
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