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Estado de Minas NOVA YORK

Temores de recessão derrubam o petróleo


05/07/2022 18:56

Os preços do petróleo despencaram nesta terça-feira (5) devido a temores de uma recessão, com o WTI fechando abaixo da cota simbólica dos US$ 100 pela primeira vez em dois meses.

Em Londres, o Brent para entrega em setembro registrou queda de 9,45%, a 102,77 dólares o barril.

Enquanto isso, em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em agosto recuou 8,23%, a 99,50 dólares - seu valor mínimo desde 11 de maio.

"Evidentemente, a trajetória do petróleo se reverteu", constatou Phil Flynn, da Price Futures Group, em declarações à AFP, após a forte alta que o ouro negro teve desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro.

"Há muita preocupação sobre uma eventual recessão e sobre o fato de que a China tenha imposto testes de covid em massa", acrescentou.

O Ministério da Saúde chinês reportou nesta terça 335 novos casos positivos de coronavírus no país e as autoridades lançaram uma nova série de testes obrigatórios na maioria dos distritos de Xangai.

"Isso gera inquietação pelo fato de que a demanda de petróleo da China poderia se debilitar", informou Phil Flynn.

Para Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote, "os temores de recessão reduzem as perspectivas para a demanda de petróleo e fazem os preços caírem".

Ao voltar ao valor inferior aos cem dólares, o petróleo cai abaixo de uma importante "cota psicológica". O analista evocou a possibilidade de uma queda dos preços até os 85 dólares o barril.

Em um cenário de recessão, os analistas da Citi preveem inclusive que o barril caia a 65 dólares no fim do ano e depois a US$ 45 se a Opep não intervir.

"Tudo acontece ao mesmo tempo e o mercado está muito nervoso pela direção que a economia segue, e isso provoca muita volatilidade", acrescentou Phil Flynn, depois da divulgação de resultados de atividades decepcionantes na Europa.

Por outro lado, nos Estados Unidos, "alguns observam que a demanda por gasolina não foi tão importante quanto se previa durante o fim de semana de 4 de julho", feriado prolongado do Dia da Independência americana, acrescentou.

- Mudança de foco -

O mercado petroleiro "desvia-se da inflação" e dirige-se à "desesperança econômica", afirmou Stephen Innes, analista da Spi Asset Management.

Alguns índices de atividade deixaram manifesto "o risco de recessão na zona do euro", afirmou Neil Wilson, analista da Markets.com, para quem "a recessão parece inevitável".

O crescimento da atividade econômica na zona do euro freou em junho no setor privado, segundo o índice PMI publicado na terça-feira pela S&P; Global.

Os temores de uma recessão mundial se tornaram, então, mais importantes do que "os problemas de abastecimento mais evidentes", que ficaram "relegados a um segundo plano", afirmou Innes.

Neste contexto, "é impossível prever quando a atenção se deslocará irremediavelmente da oferta para a demanda", explicou Tamas Varga, analista da PVM Energy.

Os temores de uma recessão também continuaram prevalecendo nos mercados de metais industriais, particularmente para o cobre, conhecido por refletir a saúde da economia mundial a ponto de ser conhecido como "Dr Copper" (doutor cobre).

O metal vermelho é muito sensível a uma potencial desaceleração econômica mundial.

Pela primeira vez em 17 meses, o cobre foi negociado abaixo dos 8.000 dólares a tonelada, uma queda de 21% desde o começo do ano. Nesta terça, aproximou-se dos 7.627,00 dólares a tonelada.


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