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Estado de Minas SEVILHA

Direita arrasa na Andaluzia e ameaça governo de Pedro Sánchez


19/06/2022 19:12

O conservador Partido Popular (PP) conquistou neste domingo (19) a maioria absoluta nas eleições em Andaluzia, outrora reduto da esquerda, em um duro golpe nos socialistas do primeiro-ministro Pedro Sánchez, um ano e meio antes das eleições gerais.

Após a apuração de quase todos os votos, o Partido Popular (PP, conservador) tinha eleito os 58 deputados que permitirão a seu candidato, Juan Manuel Moreno, revalidar sua presidência, muito à frente dos 30 dos socialistas do PSOE, e mais que todos os deputados de esquerda somados.

Desta forma, o PP não vai precisar do partido de extrema direita Vox no Executivo, como ocorre em Castela e Leão, privando a esquerda de um argumento eleitoral e validando a aposta na moderação do novo líder conservador nacional, Alberto Núñez Feijóo.

"A Andaluzia vai ter quatro anos de prosperidade, de avançar, de melhorar, de seguir adiante, de seguir gerindo os interesses da Andaluzia com honestidade, com transparência, com moderação e serenidade", disse Moreno após a vitória.

Os resultados confirmam também o retorno do bipartidarismo PP-PSOE, após a ascensão de alternativas com a crise econômica de 2008.

Assim, as eleições deste domingo demonstraram a queda da extrema esquerda (de 17 para 7) - parceiros do governo dos socialistas em Madri -, o desaparecimento da terceira via liberal dos Cidadãos (de 21 para 0) e a estagnação do Vox (de 12 para 4).

- O PSOE não sai do mínimo histórico -

Mais de seis milhões de andaluzes foram convocados a votar nas províncias de Almería, Cádiz, Córdoba, Granada, Huelva, Jaén, Málaga e Sevilha, em um dia em que as temperaturas deram uma trégua, após uma semana de onda de calor e termômetros acima dos 40ºC.

Temendo que seus partidários, confiantes na vitória, aproveitasseem o dia para ir à praia, Moreno pediu uma forte mobilização.

O Partido Socialista (PSOE) teve um resultado inferior ao das eleições de 2018 (33), seu mínimo histórico, quando perdeu o poder regional pela primeira vez desde a instauração da autonomia em 1982, após um escândalo de corrupção.

A região mais populosa da Espanha, com 8,5 milhões de habitantes, e a segunda maior, tinha sido até então um reduto da esquerda, e Sánchez apelou à história para pedir votos.

"Os maiores avanços desta terra chegaram pelas mãos do PSOE", assegurou o presidente no Twitter.

- Sevilha também dá as costas a Sánchez -

Estas poderiam ser as terceiras eleições regionais seguidas em que os socialistas de Pedro Sánchez seriam derrotados, após as de Madri, em maio do ano passado, e Castela e Leão, em fevereiro.

Um momento simbólico da derrota socialista foi deixar de ser, pela primeira vez, a força mais votada em Sevilha, terra natal do ex-primeiro-ministro Felipe González (1982-1996) e base de presidentes regionais.

Perder na Andaluzia seria "um duro golpe" para os socialistas e significaria que "Sánchez poderia enfrentar uma batalha morro acima para ser reeleito" no próximo ano, disse Antonio Barroso, analista da consultoria política Teneo.

"O PP parece estar ganhando cada vez mais força e a preocupação dos eleitores com a inflação dificultaria a Sáncez vender os feitos de seu governo nas próximas eleições legislativas", acrescentou.

A Espanha, com uma inflação de 8,7% interanual em maio, não escapou ao contexto internacional de carestia dos preços dos alimentos e da energia, mas suas principais medidas de choque - subvencionar o combustível ou estabelecer um teto ao preço do gás - não serviram para contê-los.

O Partido Popular atraiu uma quantidade notável de ex-eleitores socialistas, o que pode-se deduzir que Feijóo está vencendo Sánchez na disputa pelo centro e se coloca em melhor posição para devolver o Palácio de Moncloa ao PP, desbancado por um voto de desconfiança em 2018.

"Há uma estratégia muito visível" do PP de "se apresentar como essa alternativa sensata, um esforço em se apresentar como uma opção de centro, de centro direita", afirmou o professor Óscar García Luengo.


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