O serviço secreto da Holanda comunicou nesta quinta-feira (16/6) que deportou um homem russo tentando se passar por brasileiro. Sergey Vladimirovich Cherkasov teria falsificado a identidade para tentar entrar no Tribunal Penal Internacional. O caso ocorreu em abril deste ano, mas só foi revelado hoje pelas autoridades .
De acordo com os holandeses, o espião de 36 anos fazia parte do Departamento Central de Inteligência da Rússia, conhecido como GRU. O suposto brasileiro dizia se chamar Viktor Muller Ferreira há mais de dez anos e tentou se candidatar para uma vaga de estágio no Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda, o que o deixaria mais próximo de acessar documentos sobre os crimes de guerra russos.
Em abril, as autoridades já desconfiavam da fraude de Cherkasov e elaboraram uma estratégia para deportá-lo. Quando viajou para Haia, acreditando que tinha sido aprovado no processo de estágio, o espião foi detido por agentes da imigração e enviado ao Brasil.
Viktor Muller Ferreira
O serviço secreto holandês divulgou documentos escritos pelo espião detalhando sua vida no Brasil. Viktor Muller Ferreira, de 33 anos, teria nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, e se mudado para Brasília aos 25 anos. Durante o período em que a carta foi redigida, seu pai era o único parente vivo, e os dois não tinham uma boa relação.
No registro de 2010, o português cheio de erros gramaticais e algumas partes da carta sugeriram que o espião realmente não era brasileiro. “Meus colegas costumavam brincar sobre minha aparência e sotaque”, dizia Sergey Cherkasov no papel de Viktor Ferreira.