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Estado de Minas WASHINGTON

Trump ignorou assessores e insistiu na propagação de 'mentiras' sobre as eleições


13/06/2022 18:46

Donald Trump ignorou o conselho de seus principais assessores que recomendaram que ele parasse de alegar que os democratas haviam roubado a eleição de 2020, revelou nesta segunda-feira (13) o comitê do Congresso que investiga o ataque ao Capitólio em 2021.

"Mesmo antes da eleição, Trump decidiu que, independentemente dos fatos e da verdade, se perdesse a eleição, diria que foi fraudada", afirmou Zoe Lofgren, deputada democrata desse grupo que busca esclarecer a responsabilidade do bilionário republicano no ataque ao Congresso dos Estados Unidos por seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021.

Na segunda de uma série de audiências após quase um ano de investigação, a comissão exibiu depoimentos em vídeo sobre as manobras do ex-presidente entre a noite das eleições presidenciais e o assalto ao Capitólio.

- Giuliani "bêbado" -

Uma hora depois do fechamento das urnas, no dia 3 de novembro de 2020, Joe Biden e Donald Trump estavam empatados.

"Estava cada vez mais claro que as eleições não seriam decididas essa noite", declarou Ivanka Trump, filha do ex-presidente e uma de suas principais assessoras na época, em testemunho divulgado nesta segunda-feira pela comissão.

Contudo, pouco antes das 02h30 da madrugada, no horário local, Donald Trump fez uma declaração pela televisão da Casa Branca. "Ganhamos as eleições", garantiu, num momento em que a contagem dos votos ainda não tinha sido concluída.

Um dos poucos que incentivaram o presidente a se pronunciar publicamente foi seu advogado particular, Rudy Giuliani, que, segundo o testemunho de um dos assessores do presidente, estava "aparentemente bêbado".

- Trump irritado -

Em 7 de novembro de 2020, pouco antes das 11h30, Joe Biden foi declarado o vencedor da eleição. No mesmo dia, o chefe de campanha de Donald Trump participou de uma reunião com o presidente em fim de mandato.

"Dissemos a ele quais eram suas chances de ganhar naquele momento, que tinha talvez 5 ou 10% de chances", lembrou Bill Stepien.

Ainda segundo Stepien, essas afirmações irritaram cada vez mais Trump, que decidiu mudar sua equipe e se cercar de pessoas que o apoiavam a qualquer custo.

Em 19 de novembro, essa nova equipe jurídica concedeu uma coletiva de imprensa, na qual Sidney Powell, uma das advogadas de Trump, acusou a Venezuela, Cuba e os democratas de tramar um complô eleitoral.

Ao seu lado, Rudy Giuliani denunciou "uma escandalosa cortina de ferro da censura".

- "desconexo com a realidade" -

Quatro dias depois, o procurador-geral Bill Barr foi até a Casa Branca para examinar diversas vezes a suposta fraude eleitoral apresentada por Donald Trump.

"Isso me desmoralizou, porque eu pensei: 'Isso é loucura, se ele realmente acredita em tudo isso, significa que ele está realmente desconexo com a realidade'", declarou Bill Barr, que renunciou ao cargo em 14 de dezembro.

No mês seguinte, Donald Trump e seus colaboradores seguiram defendendo "estas mentiras" sobre a fraude eleitoral para arrecadar dinheiro, concluiu a comissão.

A equipe de campanha de Trump inundou seus apoiadores com dezenas de mensagens e arrecadou 250 milhões de dólares entre o dia da eleições e o 6 de janeiro de 2021, revelou.

"A grande mentira também foi uma grande farsa", disse Lofgren, conhecida por trabalhar nas acusações perante o Congresso de três presidentes: Richard Nixon, Bill Clinton e Donald Trump.

A chamada comissão "de 6 de janeiro", composta por sete democratas e dois republicanos, continuará apresentando suas conclusões sobre a investigação, segundo a qual o ex-mandatário planejou "uma tentativa de golpe de Estado".

Donald Trump voltou a denunciar nesta segunda-feira o trabalho da comissão, que chamou de "caça às bruxas" e "a vergonha dos Estados Unidos".

O procurador-geral Merrick Garland afirmou que está acompanhando "todas as audiências" dessa comissão e prometeu que responsabilizará todos os envolvidos nos eventos de 6 de janeiro de 2021, "independentemente de sua patente, sua posição ou se estavam" presentes no ataque ao Congresso.


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