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Estado de Minas WASHINGTON

'Violência não acabou', diz comitê que investiga ataque ao Capitólio dos EUA


09/06/2022 20:33

A violência provocada pelo ataque ao Capitólio dos Estados Unidos no ano passado "não acabou", disse nesta quinta-feira (9) o comitê que investiga a invasão e a possível responsabilidade do então presidente Donald Trump.

Na primeira das seis audiências que serão transmitidas pela televisão, o painel de parlamentares buscará mostrar que Trump e seu círculo íntimo cometeram crimes em uma conspiração criminosa para reverter a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020, que culminou no ataque mortal ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

"A democracia continua em perigo", alertou o democrata Bennie Thompson, presidente do comitê da Câmara dos Representantes que investiga o ataque, em comentários preparados publicados pouco antes da primeira audiência.

"A conspiração para frustrar a vontade do povo não acabou. Há pessoas sedentas por poder neste país, mas não têm amor nem respeito pelo que faz dos Estados Unidos um grande país", completou.

Jamie Raskin, democrata e membro do painel, disse recentemente em um evento na Universidade de Georgetown, em Washington, que as audiências "vão contar uma história que realmente vai explodir o teto".

"Nenhum presidente fez algo parecido com o que aconteceu aqui (...), tentando organizar um golpe para reverter uma eleição e contornar a ordem constitucional", declarou.

"E usar uma insurgência de grupos extremistas violentos domésticos, nacionalistas brancos e grupos racistas, grupos fascistas, para apoiar o golpe", acrescentou.

Os principais testemunhos serão ouvidos pela primeira vez, enquanto os advogados mostrarão textos, fotografias e vídeos para trazer à luz supostos planos que o governo Trump começou a desenvolver antes das eleições.

- "O maior movimento" -

A primeira audiência está marcada para 20h00 (21h00 de Brasília), quando o painel "apresentará material inédito" sobre o "6 de janeiro (...) e fornecerá ao povo americano as conclusões sobre os esforços coordenados (...) para reverter o resultado das eleições de 2020 e impedir a transferência de poder", resumiu um assessor da comissão encarregada da investigação.

Trump chamou a investigação de uma "caça às bruxas" sem fundamento, mas as audiências públicas estavam em sua mente nesta quinta-feira, quando postou uma série de mensagens em sua rede social, a Truth Social, defendendo a insurreição, que classificou como "o maior movimento na história do país" para fazer com que os Estados Unidos "voltem a ser grande".

"Tratava-se de uma eleição fraudada e roubada, e um país que estava prestes a ir para o INFERNO", acrescentou.

O líder republicano na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, afirmou nesta quinta-feira que esta comissão é "a mais política e a menos legítima da história dos Estados Unidos".

"Não vejo uma sessão no horário nobre sobre o preço da gasolina, sobre como combater a inflação, alimentar nossas crianças e tornar nossas ruas mais seguras", disse ele em entrevista coletiva.

Seu partido já prometeu enterrar o trabalho da comissão se ela assumir controle do Congresso nas eleições de meio de mandato em novembro.

- "Atores ilegais" -

Posteriormente, o comitê, que entrevistou mais de 1.000 testemunhas, deverá agendar audiências a partir das 10H00 locais nos dias 13, 15, 16 e 21 de junho.

O grupo analisará diferentes esquemas ilegais que, segundo assegura, foram orquestrados pelo governo Trump para mantê-lo no poder, inclusive para infiltrar em falsos "grandes eleitores".

Os "grandes eleitores" são as pessoas indicadas para votar no presidente em nome dos estados após as eleições.

Também vai expor um suposto plano para apreender máquinas de votação e um suposto complô para atrasar a certificação de Biden como presidente pelo Congresso por meio do violento ataque ao Capitólio, que deixou vários mortos e mais de 100 policiais feridos.

Os investigadores querem examinar com detalhe o atraso de 187 minutos que levou para que mais policiais entrassem para reforçar o Capitólio e determinar por que há uma lacuna de quase oito horas nos registros telefônicos das ligações feitas da Casa Branca enquanto a violência se espalhava.

Um dos principais desafios do comitê é demonstrar a existência de uma relação direta entre a suposta conspiração para reverter a eleição, o discurso de Trump que incentivou a turba a marchar até a sede do Congresso e a posterior captura do Capitólio.

A questão de saber se Trump infringiu a lei já foi respondida em alguns aspectos.

O juiz federal David Carter decidiu em março que "a ilegalidade do plano era óbvia".

O comitê enfrenta o desafio de apresentar um relato convincente e dramático, já que grande parte das evidências já foram reveladas ao público.

As pesquisas de opinião colocam essa investigação muito abaixo na lista de preocupações dos americanos.


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