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Estado de Minas SÃO PETERSBURGO

Putin compara suas ações às conquistas de Pedro, o Grande


09/06/2022 17:11

O presidente russo, Vladimir Putin, comparou nesta quinta-feira (9) suas ações às do czar Pedro, o Grande, que no século XVIII entrou em guerra com a Suécia e ocupou parte de seu território, assim como da Finlândia e parte de Estônia e Letônia.

"Acabamos de visitar uma exposição sobre o 350º aniversário de nascimento de Pedro, o Grande. É surpreendente, mas quase nada mudou. Pedro, O Grande, liderou a Grande Guerra do Norte por 21 anos. A impressão que dava é que, ao lutar contra a Suécia, ele se apoderava de algo. Mas ele não estava se apoderando de nada, ele estava recuperando algo", declarou Putin a um grupo de jovens empreendedores em Moscou.

Quando Pedro, o Grande, fundo São Petersburgo e tornou a cidade a nova capital russa, "nenhum país europeu reconhecia este território como pertencente à Rússia. Todo mundo o reconhecia como parte da Suécia", afirmou Putin.

"Mas, desde tempos imemoriais, os eslavos viviam lá, junto com os povos fino-úgricos", ou seja, o czar "recuperou e reforçou" o que era russo, acrescentou Putin.

"Sim, há momentos na história de nosso país em que nos vimos obrigados a retroceder, mas somente para recuperar nossa força e avançar", completou o mandatário russo.

A derrota da Suécia na Grande Guerra do Norte (1700-1721) tornou a Rússia a maior potência do mar Báltico e num importante ator nas relações exteriores.

- "Patriota" -

Pedro I reinou primeiro como czar e depois como imperador de 1682 até sua morte, em 1725.

Depois de uma viagem à Europa que o conscientizou do atraso da Rússia, Pedro I modernizou o império em marcha forçada, reformou o exército, o Estado e a Igreja, criou uma Marinha e iniciou uma verdadeira revolução cultural, cujo legado perdura na Rússia até hoje.

Ele também construiu São Petersburgo, a capital imperial, que considerava uma "janela aberta para a Europa". É nesta cidade, a segunda maior da Rússia, que a maioria das comemorações acontece nesta quinta-feira, com shows e palestras públicas.

A figura de Pedro, o Grande, também está associada à de um conquistador que expandiu as fronteiras da Rússia e à de um monarca forte que não permitiu nenhum tipo de oposição.

"Pedro I pode ser uma figura emblemática tanto para os defensores do liberalismo de estilo europeu quanto para os defensores de um Estado forte", disse o historiador Daniil Kotsubinski à AFP.

Em nota na quarta-feira, Putin falou de uma "figura militar excepcional" e um "patriota" cujas "transformações em larga escala ajudaram a reforçar o prestígio internacional da Rússia e determinaram seu desenvolvimento nos séculos seguintes".

- "Fechar a janela?" -

As redes sociais russas estão cheias de memes sobre o assunto há dias, ilustrando as dúvidas de uma parte da população sobre o futuro das relações com o Ocidente.

"Pedro I abriu a janela da Europa, Putin vai fechar", afirma um deles. Outra montagem mostra o imperador dizendo: "Feche a janela para a Europa, a vista é terrível".

Nesse contexto, Peskov, porta-voz de Putin, garantiu na semana passada que "ninguém pretende fechar nada".

Para o historiador Boris Kipnis, "quaisquer que sejam as circunstâncias históricas, se abandonarmos o eixo traçado por Pedro I, podemos arruinar o país e o povo". Segundo ele, não há dúvidas: "A Rússia é um país europeu".

Apesar das tensões contínuas entre Moscou e países europeus, Svetlana Stepanova, moradora de São Petersburgo de 47 anos que participará das festividades desta quinta-feira, vê Vladimir Putin como um herdeiro do imperador. "Pedro I fez da Rússia uma grande potência, Putin também quer ver uma grande Rússia", afirmou. "Isso é o essencial".


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