A longa batalha judicial terminou na quarta-feira (1º), quando um júri de sete pessoas considerou que Depp e Heard se difamaram mutuamente.
O júri determinou que Heard, de 36 anos, deve indenizar seu ex-marido em US$ 10,35 milhões, enquanto Depp, de 58, terá de pagar US$ 2 milhões à atriz.
Ao ser questionada no programa "TODAY", da emissora NBC, sobre se Heard terá condições de pagar tal indenização, sua advogada, Elaine Bredehoft, respondeu: "Ah, não, absolutamente não".
A advogada acrescentou que Heard pretende recorrer do veredicto.
Depp, que em 2020 perdeu um caso de difamação no Reino Unido contra o tabloide londrino The Sun que o chamou de "agressor de esposas", comemorou o veredicto de hoje como uma vitória, enquanto Heard disse estar com o "coração partido".
O ator processou sua ex-esposa por um artigo de opinião escrito por ela para o jornal americano The Washington Post em dezembro de 2018. No texto, Amber se descreve como uma "figura pública que representa o abuso doméstico".
Heard, que nasceu no sul do Texas e com um papel de destaque em "Aquaman", não citou o nome de Depp no artigo. Ainda assim, ele a processou por insinuar que era um agressor doméstico e pediu US$ 50 milhões em indenização.
Amber, por sua vez, processou-o de volta por US$ 100 milhões, alegando ter sido difamada por declarações do advogado de Depp, Adam Waldman. Este último disse ao jornal Daily Mail que suas denúncias de abuso eram uma "farsa".
A advogada Elaine Bredehoft afirmou que a equipe jurídica do ator trabalhou para "demonizar" Heard e suprimiu provas cruciais no julgamento.
"Várias coisas foram permitidas neste tribunal que não deveriam ter sido permitidas, e isso deixou o júri confuso", declarou.
A advogada afirmou ainda que a decisão é um mau presságio para o movimento "MeToo" e irá desencorajar as mulheres de denunciarem situações de assédio e de abuso sexual.
"É uma mensagem horrível", lamentou Bredehoft, avaliando que "é um grande retrocesso, porque é exatamente isso que significa".
"A menos que você pegue seu telefone e grave seu cônjuge ou parceiro batendo em você, efetivamente não vão acreditar em você", sentenciou.
De sua parte, Depp saudou o veredicto: "O júri devolveu minha vida".
"O melhor ainda está por vir, e um novo capítulo começou", completou Depp, em um comunicado.
WASHINGTON