"Nunca estarás sozinha! Acabaremos com os feminicídios!", gritavam as manifestantes.
Um promotor de Istambul decidiu em abril iniciar uma ação judicial contra a plataforma "We Will Stop Feminicide" e pediu sua dissolução por suas "atividades contra a lei e a moral".
Poucos minutos depois do início da primeira audiência, o processo foi suspenso e será retomado em 5 de outubro.
"Há um movimento de mulheres muito organizado na Turquia e acreditamos que este julgamento é um ataque contra a luta das mulheres por seus direitos", afirmou Nursel Inal, uma das responsáveis da plataforma, em declarações à AFP.
O julgamento foi motivado por uma série de denúncias por parte de particulares contra integrantes desta associação, a qual acusam de "destruir a família com o pretexto de defender os direitos das mulheres".
O coletivo "We Will Stop Feminicide" se dedica a contar e atualizar frequentemente os números dos assassinatos de mulheres cometidos por homens na Turquia.
Também organizou manifestações para que a Turquia volte a fazer parte da Convenção de Istambul, um tratado de luta contra a violência sexista.
Ancara abandonou este tratado internacional em 2021 ao considerar que incentivava a homossexualidade e ameaçava a estrutura familiar tradicional.
Segundo a plataforma, 160 mulheres foram assassinadas durante os primeiros seis meses de 2022, a maioria delas por membros de sua própria família.
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