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Estado de Minas RECIFE

Fortes chuvas no nordeste do Brasil já deixam 56 mortos e 56 desaparecidos


29/05/2022 16:26

As chuvas torrenciais que atingem a região metropolitana de Recife, capital de Pernambuco, já deixaram 56 mortos, segundo o último balanço oficial deste domingo (29), enquanto equipes de resgate trabalham horas extras em busca de outros 56 desaparecidos.

"Até este domingo, foi confirmada a morte de 56 pessoas e outras 56 continuam desaparecidas nos municípios de Recife e Olinda. Há também o registro de 3.957 desabrigadas", informou a Defesa Civil de Pernambuco em nota.

Anteriormente, falava-se em 44 mortos e 56 desaparecidos.

A chuva, que deu trégua esta manhã, voltou a cair à tarde, enquanto centenas de bombeiros e outros corpos de emergência e assistência trabalhavam contra o relógio, com a ajuda de helicópteros e barcos, na busca de desaparecidos e no resgate de pessoas ilhadas.

A fúria da tempestade provocou deslizamentos de terra em morros, transbordamento de rios e grandes torrentes de lama que devastaram tudo em seu caminho em vários municípios. Imagens aéreas mostram alguns pontos da capital pernambucana e municípios vizinhos completamente alagados.

- "Estou debaixo da terra" -

O evento mais mortífero aconteceu no sábado na comunidade Jardim Monteverde, área de casas precárias na divisa entre Recife e o município de Jaboatão dos Guararapes, onde um deslizamento de terra soterrou casas inteiras e causou a morte de 19 pessoas.

Desde a tarde de sábado, Flávio José da Silva procura o padrasto Gilvan nos escombros do que foi sua casa. Logo depois do incidente, ele conseguiu falar com o parente. "Ele nos disse 'estou aqui debaixo da terra'. Esperamos encontrá-lo vivo", revelou à AFP, apontando para a montanha de detritos misturados com lama.

No Jardim Monteverde, socorristas, auxiliados por voluntários, retiravam escombros em meio à grande destruição e à dor dos vizinhos.

Onze dos mortos naquele deslizamento de terra eram parentes de Luiz Estevão Aguiar, segundo ele mesmo contou à TV Globo em meio às lágrimas.

"Minha irmã morreu, meu cunhado, 11 pessoas da minha família morreram, foi difícil. Foi muito difícil. Eu não esperava isso", disse este idoso, que mora em outro município.

Atrás dele, uma corrente humana, com os pés afundados na lama, passava baldes de detritos morro abaixo.

- Mais chuva -

As autoridades alertaram no sábado que a previsão era de muita chuva para este domingo.

Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, o volume de chuvas chegou a 70% do esperado para todo o mês de maio em alguns pontos da capital pernambucana.

O presidente Jair Bolsonaro informou na manhã deste domingo que viajará para Recife na segunda-feira para acompanhar de perto a "tragédia".

O meteorologista Estael Sias, da agência MetSul, explicou à AFP que as chuvas intensas que atingem Pernambuco e, em menor escala, outros quatro estados do nordeste do país, são produto de um fenômeno típico desta estação, as chamadas "Ondas de Leste", áreas de "perturbação atmosférica" que se deslocam do continente africano para aquela região litorânea brasileira.

"Em outras áreas do Atlântico essa instabilidade forma furacões, mas no nordeste do Brasil tem potencial para muita chuva e até tempestades elétricas", explicou.

As imagens deste fim de semana evocam o drama ocorrido em fevereiro em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro (sudeste), onde 233 pessoas morreram devido a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra.

Segundo especialistas, tragédias como essas ocorrem, além de fortes chuvas, devido a outros fatores, como o tipo de topografia e a existência de grandes bairros de casas precárias, muitas delas construídas ilegalmente, nas áreas de risco íngremes.


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