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Estado de Minas BRASÍLIA

Fortes chuvas no Recife já deixam 44 mortos e 56 desaparecidos


29/05/2022 12:40

O número de mortos pelas chuvas torrenciais que atingem a região metropolitana de Recife, capital de Pernambuco, desde terça-feira, subiu para 44 neste domingo (29), segundo o governo, que informou 56 desaparecidos.

"Com as informações atualizadas que tenho, registramos 44 mortos, 56 desaparecidos, 25 feridos, 3.957 desabrigados e 533 deslocados", disse o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, em entrevista coletiva em Recife.

O último boletim oficial, na tarde de sábado, falou de 34 mortos desde quarta-feira, mais de 1.300 deslocados ou desabrigados, e não incluiu uma estimativa de pessoas desaparecidas.

Em meio a uma trégua da chuva, cerca de 1.200 militares - segundo o governo do estado - do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e Assistência Social, com auxílio de helicópteros e barcos, retomaram os trabalhos de busca pela manhã de pessoas desaparecidas e resgate de pessoas que ficaram isoladas pela fúria da tempestade, que provocou deslizamentos de terra em morros, transbordamento de rios e grandes torrentes de lama que devastaram tudo em seu caminho.

Imagens divulgadas neste domingo pela prefeitura mostram socorristas, ajudados por voluntários, removendo entulhos em meio à grande destruição na comunidade Jardim Monteverde, na divisa entre Recife e o município de Jaboatão dos Guararapes. Ali, na manhã de sábado, ocorreu o maior drama, quando um deslizamento de terra nesta área íngreme causou a morte de 19 pessoas.

- "Morreram 11 da minha família" -

Onze dos mortos naquele deslizamento de terra eram parentes de Luiz Estevão Aguiar, ele mesmo contou à TV Globo em meio às lágrimas.

"Morreu minha irmã, meu cunhado, morreram 11 pessoas da minha família, foi difícil. Foi muito difícil. Eu não esperava isso", disse esse idoso, que mora em outro município. Atrás dele, uma corrente humana, com os pés afundados na lama, passava baldes de lixo que desciam do morro.

As autoridades alertaram no sábado que a previsão era de muita chuva para domingo, mas a tempestade diminuiu pela manhã.

Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, o volume de chuvas chegou a 70% do esperado para todo o mês de maio em alguns pontos da capital pernambucana.

"Embora tenha parado de chover agora, estamos prevendo chuvas fortes para os próximos dias. Então, a primeira coisa é manter as medidas de autoproteção", disse o ministro, que sobrevoou a área afetada acompanhado pelos chefes da Saúde e Portfólios de Turismo e Cidadania.

O presidente Jair Bolsonaro informou na manhã deste domingo que viajará para Recife na segunda-feira para acompanhar de perto a "tragédia".

A meteorologista Estael Sias, da agência MetSul, explicou à AFP que as chuvas intensas que atingem Pernambuco e, em menor escala, outros quatro estados do nordeste do país, são produto de um fenômeno típico desta estação, as chamadas "ondas do leste", áreas de "perturbação atmosférica" que se deslocam do continente africano para aquela região litorânea brasileira.

"Em outras áreas do Atlântico essa instabilidade forma furacões, mas no nordeste do Brasil tem potencial para muita chuva e até tempestades elétricas", explicou.

As imagens deste fim de semana evocam o drama ocorrido em fevereiro em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro (sudeste), onde 233 pessoas morreram devido a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra.

Segundo especialistas, tragédias como essas ocorrem, além das fortes chuvas, por outros fatores, como o tipo de topografia e a existência de grandes bairros de casas precárias, muitas delas construídas ilegalmente, nas áreas íngremes de risco.


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