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Estado de Minas SYDNEY

Novo premiê da Austrália promete melhorar imagem do país


22/05/2022 14:30

O recém-eleito primeiro-ministro da Austrália, o trabalhista Anthony Albanese, prometeu neste domingo (22) melhorar a imagem de seu país, amplamente visto no exterior como atrasado na luta contra a mudança climática.

"Quero mudar o país", declarou o premiê, que assume o cargo na segunda-feira, após sua vitória nas eleições legislativas de sábado, e voa para Tóquio logo depois.

Lá, participará da cúpula do "Quad" na terça-feira, grupo de natureza militar-estratégica formado por Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália.

À margem desta reunião, Albanese informou que terá encontros individuais com o presidente americano, Joe Biden, e com os primeiros-ministros Fumio Kishida (Japão) e Narendra Modi (Índia). O primeiro telefonou-lhe neste domingo para parabenizá-lo.

"Isso nos permite enviar, ao mundo, uma mensagem de que há um novo governo", disse ele à imprensa depois de proclamar a vitória de seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda, nas eleições de sábado.

"Haverá mudanças na política, especialmente em relação à mudança climática e ao nosso relacionamento com o mundo nestes temas", declarou o líder, de 59 anos, que prometeu acelerar as ações australianas para reduzir suas emissões de carbono.

A dois dias de sua primeira viagem oficial ao exterior, Albanese ainda esperava, neste domingo, para saber se seu Partido Trabalhista obterá maioria absoluta no Parlamento, ou se terá de buscar aliados para governar.

- Irrupção dos 'teals' -

"O povo australiano votou na mudança", comemorou Albanese, de 59 anos, cuja vitória pôs fim a nove anos de governo conservador.

A coalizão liberal do primeiro-ministro em final de mandato, Scott Morrison, perdeu muitas cadeiras em todo país, registrando suas piores derrotas no embate com um grupo de candidatos independentes.

Esses candidatos são conhecidos como "teals", termo que se refere à cor entre azul (dos conservadores) e verde (dos verdes). Destes, a maioria são mulheres eleitas com programas a favor do meio ambiente, do combate à corrupção e da igualdade de gênero.

Um exemplo é o ministro das Finanças do governo atual, Josh Frydenberg, derrotado em seu reduto de Melbourne pela "teal" Monique Ryan. Ela diz estar disposta a apoiar o governo de Albanese, caso este se comprometa a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 60% até 2030 e se criar uma agência federal anticorrupção dentro de seis meses.

"Tenho muita vontade de trabalhar com ele", afirmou em uma entrevista a um canal de televisão local neste domingo.

Albanese prometeu reduzir as emissões em 43% até 2030.

- 'Superpotência' das energias renováveis -

Os "teals" tiraram proveito da irritação dos moradores dos nobres subúrbios de Sydney e de Melbourne com o apoio incondicional de Morrison à indústria do carvão, apesar dos últimos três anos de incêndios, secas e inundações agravados pelo aquecimento global com enorme impacto na vida de milhões de pessoas.

Em seu discurso de vitória, Albanese prometeu transformar a Austrália em uma "superpotência" de energia renovável. Até agora, contudo, ignorou os pedidos para que se deixe o carvão para trás, o qual continua sendo um motor-chave da economia nacional e tem muitos apoiadores entre os trabalhistas.

Sua vitória foi acolhida com satisfação pelos líderes de vários países insulares do Pacífico. Muitos deles veem sua existência ameaçada pela mudança climática.

"De suas muitas promessas de apoio ao Pacífico, nenhuma é mais bem-vinda do que seu plano de dar prioridade ao clima. O futuro comum do nosso povo depende disso", declarou o primeiro-ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama.


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