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Estado de Minas TÓQUIO

Descontentamento aumenta nos 50 anos do fim do mandato dos EUA em Okinawa


15/05/2022 11:39

A ilha japonesa de Okinawa recorda neste domingo os 50 anos do fim do mandato dos Estados Unidos, em um momento de crescente descontentamento pela contínua presença das tropas de Washington e de medo com as tensões regionais.

A ocupação das tropas americanas do Japão acabou em 1952, mas na ilha de Okinawa a presença foi prolongada por mais 20 anos.

A data foi recordada com cerimônias em Tóquio e em Okinawa. O governador da ilha, Denny Tamaki, reclamou da "carga excessiva" suportada pelos moradores do município que abriga a maior parte das tropas americanas em território japonês.

A controvérsia de longa data também ficou patente nas declarações do primeiro-ministro Fumio Kishida.

"O governo leva a sério e vai continuar se esforçando para reduzir esta carga", afirmou na cerimônia em Okinawa.

As preocupações de muito tempo na ilha com a presença das tropas, - e outras mais recentes sobre a ameaça de um confronto militar com a China - permanecem palpáveis.

"Não estou no clima para celebrar nada", disse à AFP o ativista Jinshiro Motoyama, natural de Okinawa, que se posicionou do lado de fora de um prédio do governo em Tóquio para iniciara uma greve de fome de uma semana como forma de protesto.

Como muitas pessoas na ilha, Motoyama considera que a região recebe uma carga injusta ao abrigar a maioria dos 55.000 militares americanos presentes no Japão.

As tropas dos Estados Unidos já protagonizaram vário incidentes, de batidas com veículos e poluição sonora até crimes graves, como o estupro coletivo de uma estudante japonesa em 1995.

Uma pesquisa a nível nacional da emissora NHK divulgada este mês demonstrou que 80% dos japoneses consideram a atual distribuição das tropas americanas "errada" ou "de alguma maneira errada".

- "Ilha de paz" -

Uma questão delicada é o plano de transferir a base de Okinawa, conhecida como a "mais perigosa do mundo" por sua proximidade com áreas residenciais, para uma área menos habitada em Henoko.

Muitos moradores da ilha, no entanto, querem que os militares sejam enviados para outro lugar do país e 70% da população rejeitou o plano em um referendo não vinculante em 2019.

"Na entrega de Okinawa, a prefeitura e o governo central concordaram que aspiravam transformar este território em uma ilha de paz, mas, 50 anos depois, este objetivo ainda não foi alcançado", disse o governador Tamaki na cerimônia deste domingo.

A construção em Henoko prosseguiu e o governo central defende o projeto como a "única forma" de mitigar os perigos da base atual, mas com a manutenção da aliança entre Japão e Estados Unidos.

A presença militar americana representa quase 5% da receita anual de Okinawa, mas esta continua sendo uma das prefeituras mais pobres do Japão, com uma taxa de pobreza infantil de 30%, mais que o dobro da média nacional.

As autoridades locais argumentam que transferir a base vai liberar terrenos e poderia atrair outros investimentos, incluindo o turismo.

Nos últimos meses, as autoridades japonesas expressaram preocupação com a crescente atividade da China nos mares, incluindo exercícios com um porta-aviões.

Isto faz com que Okinawa represente cada vez mais uma posição estratégica para os Estados Unidos e para o Japão, o que provoca o temor da população local de ficar presa em um possível conflito.


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