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Estado de Minas KIEV

Ocidente reforça apoio à Ucrânia contra invasão russa


13/05/2022 22:22

A União Europeia (UE) anunciou, nesta sexta-feira (13), um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia e o G7 prometeu apoiar Kiev "até a vitória" frente à invasão russa.

A ofensiva lançada por Moscou em 24 de fevereiro contra a ex-república soviética está provocando novos alinhamentos regionais, com Suécia e Finlândia dispostas a ingressar na Otan, assim como temores de desestabilização em regiões separatistas pró-Rússia de outros países, como Moldávia e Geórgia.

Em uma reunião na Alemanha das sete economias mais industrializadas do mundo, o G7, a UE anunciou 500 milhões de euros em apoio militar suplementar para a Ucrânia, o que eleva o aporte total do bloco para 2 bilhões de euros.

A receita é "clara", afirmou o alto representante de política externa da UE, o espanhol Josep Borrell. É preciso "mais do mesmo": mais sanções econômicas contra a Rússia, mais apoio a Kiev e "seguir trabalhando para isolar a Rússia".

O governo francês, por sua vez, expressou o apoio unânime à Ucrânia do grupo formado por Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão.

"Vamos seguir apoiando de maneira permanente a luta da Ucrânia por sua soberania, até a vitória", declarou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian.

Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou a UE de ter se transformado em um ator "agressivo e belicoso" no conflito na Ucrânia, seguindo "o caminho da Otan".

Neste sábado, os ministros dos países do G7 se reunirão com seus homólogos de Ucrânia, Dmytro Kuleba, e Moldávia, Nicu Popescu, outra ex-república soviética que teme a entrada de tropas de Moscou na região separatista da Transnístria, que possui fortes laços com a Rússia.

O conflito pode também se expandir para a Geórgia, no Cáucaso, onde o líder da região separatista de Ossétia do Sul convocou um referendo de integração à Rússia para 17 de julho.

- Suécia e Finlândia, às portas da Otan -

A invasão da Ucrânia pela Rússia também levou a uma aproximação de Finlândia e Suécia com a Otan. Apesar das advertências de Moscou, Helsinque apresentará formalmente, neste domingo, seu pedido de adesão à aliança militar e, ao que tudo indica, Estocolmo deverá seguir pelo mesmo caminho.

A filial do grupo estatal russo InterRAO, com sede em Helsinque, anunciou nesta sexta que cortará o fornecimento de eletricidade à Finlândia a partir deste sábado, alegando problemas de pagamento.

No entanto, a operadora da rede elétrica finlandesa garantiu que pode prescindir das importações de eletricidade da Rússia.

Por outro lado, a Turquia, que faz parte da Otan, ameaçou bloquear o acesso de Finlândia e Suécia à aliança militar transatlântica pelo fato de ambos os países acolherem em seu território refugiados de grupos curdos em conflito com Ancara.

A Casa Branca disse estar "trabalhando para esclarecer" a postura turca. Além disso, nesta sábado está previsto um encontro em Berlim com chefes diplomáticos da Suécia, Finlândia e Turquia para discutir a questão.

- Julgamento por crimes de guerra -

A Rússia enfrenta uma enxurrada de acusações pelo suposto cometimento de crimes de guerra na Ucrânia.

As emissoras de televisão americana CNN e britânica BBC exibiram na quinta-feira imagens de câmeras de vigilância que, segundo elas, mostravam dois civis ucranianos desarmados sendo alvejados pelas costas por soldados russos nos arredores de Kiev no dia 16 de março.

O vídeo se soma a relatos de testemunhas sobre atrocidades cometidas pelas tropas russas no país vizinho.

O Ministério Público da região de Kharkiv (leste) e testemunhas consultadas pela AFP acusaram as forças russas de disparar com um tanque contra uma casa em 27 de março, matando várias pessoas.

Além disso, os EUA denunciaram deportações de "dezenas de milhares" de ucranianos "para a Rússia e territórios controlados pela Rússia". Kiev calcula em 1,2 milhões o número de pessoas afetadas por essa prática.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou ontem averiguar as supostas atrocidades das tropas russas, que também são alvo de investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI) e da Justiça ucraniana.

No dia 18 de maio, terá início o primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início da invasão, contra um jovem soldado russo suspeito de matar um homem 62 anos.

- Presos em Azovstal -

Após evitarem semanas atrás as tentativas de avanço russo em direção a Kiev, as forças ucranianas recuperam terreno, garantiu seu presidente, Volodymyr Zelensky.

"Na data de hoje, 1.015 localidades foram desocupadas, seis a mais que nas últimas 24 horas", indicou o mandatário, celebrando "a liberação progressiva da região de Kharkiv", no noroeste.

A situação é mais complexa na cidade portuária de Mariupol, onde cerca de mil combatentes resistem às tropas russas, que controlam quase toda a metrópole, nos túneis subterrâneos na siderúrgica Azovstal.

"Há quase 600 feridos em Azovtal, os russos seguem bombardeando o hospital militar", afirmou Sviatoslav Palamar, um dos comandantes no local, que pediu que os "EUA ajudem a evacuar os feridos".

O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, falou com seu par russo, Sergei Shoigu, mas um alto responsável do Pentágono disse que a chamada "não resolveu problema nenhum".

- Retorno de refugiados -

Com os combates focados no leste, o êxodo de ucranianos desacelerou.

O número de pessoas que fugiram do país superou essa semana os seis milhões, segundo a ONU, mas ao mesmo tempo 1,56 milhão retornaram, de acordo com a guarda fronteiriça ucraniana.

Em Kiev e outras cidades agora longes do front, muitos habitantes voltaram e o comércio começou a recuperar sua atividade.

"A demanda dos consumidores aumenta, as conexões estão sendo retomadas", declarou à AFP o ministro das Finanças, Serhiy Marchenko.

Ainda assim, há até oito milhões de deslocados internos na Ucrânia. Também muitos negócios deslocaram suas atividades a oeste, onde a guerra teve menos impacto.

TPI


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