"Devo denunciar que o governo dos Estados Unidos decidiu excluir a República de Cuba dos preparativos da 9ª Cúpula das Américas", disse em uma declaração de imprensa o chanceler Bruno Rodríguez.
O ministro cubano acrescentou que Washington "exerce, neste momento, pressões extremas sobre numerosos governos da região que se opõem" a essa exclusão.
O chanceler considera que não convidar Havana seria um "grave retrocesso histórico", depois que Cuba participou das duas últimas reuniões, em 2015, no Panamá, e em 2018, no Peru.
Os Estados Unidos pretendem chegar a um acordo com os países da América Latina sobre migração antes da próxima Cúpula, segundo afirmou Blinken na semana passada no Panamá, onde se reuniu com ministros de diversos países da região.
"Neste momento, se negocia às escondidas um documento de entendimento sobre gestão migratória", disse Rodríguez, que acrescentou que o mesmo "pretende obrigar os Estados latino-americanos e caribenhos a reprimir a migração".
Segundo o governo dos Estados Unidos, entre outubro de 2021 e março de 2022, mais de 78.000 cubanos entraram no país pela fronteira com o México.
Washington e Havana retomaram na última semana as negociações sobre migração que estavam interrompidas desde 2018, o primeiro encontro bilateral de alto nível desde que Joe Biden tomou posse em janeiro de 2021.
HAVANA