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Estado de Minas PARIS

Os principais desafios do novo mandato de Macron na França

Clima, guerra na Ucrânia, divisão entre mais abastados e os pobres, o poder aquisitivo e outros problemas são o que Macron vai enfrentar no novo mandato


25/04/2022 12:12 - atualizado 25/04/2022 12:44

Emmanuel e Brigitte Macron
(foto: Ludovic MARIN / AFP)


O presidente centrista Emmanuel Macron, reeleito no domingo (24) contra uma extrema-direita em ascensão, enfrentará uma série de desafios, desde a união de uma França dividida até a emergência climática, passando pelo impacto da guerra na Ucrânia.

"Os próximos anos certamente não serão calmos", reconheceu o presidente de 44 anos, que obteve a confiança de 58,5% dos franceses para liderar o país até 2027, contra sua adversária de extrema-direita Marine Le Pen, de 53 anos.

- Clima -

Quando os efeitos catastróficos da mudança climática são sentidos em todo o mundo, esta questão se anuncia como um dos desafios mais urgentes e delicados.

O tempo se esgota. Os especialistas do clima da ONU (IPCC) alertaram em abril que o mundo tem três anos para reformar totalmente sua economia e limitar as emissões de gases de efeito estufa para que o futuro da humanidade seja "viável".

A principal tarefa de Macron será colocar a França em uma trajetória para cumprir o objetivo de reduzir as emissões em 40% até 2030 em comparação com 1990, alinhada ao Acordo de Paris, o tratado internacional sobre o clima adotado em 2015.

Durante a campanha do segundo turno, em um aceno para os eleitores ambientalistas, ele prometeu ir "duas vezes mais rápido" para reduzir as emissões e disse que seu próximo primeiro-ministro "lidaria diretamente com o planejamento ecológico".

Suas promessas, no entanto, ainda não conseguem convencer ambientalistas e defensores do meio ambiente, que apontam para o equilíbrio morno de seu primeiro mandato e alertam que julgarão com base em fatos e não em palavras.

- Ucrânia -

O chefe de Estado, que multiplicou seus esforços de mediação entre Kiev e Moscou para tentar deter a ofensiva russa na Ucrânia, deve continuar neste papel, principalmente até 30 de junho, quando acaba a presidência temporária francesa do Conselho da União Europeia.

Seu principal desafio é manter a unidade dos 27 contra Moscou, quando os diferentes países do bloco têm visões diferentes sobre a aplicação de um embargo ao gás russo. A Alemanha é um dos principais opositores a esta medida.

As consequências diplomáticas da guerra na Ucrânia, que expôs as dificuldades do Ocidente para somar o resto da comunidade internacional à sua estratégia de isolamento da Rússia, poderiam também redesenhar o mapa das alianças.

- França dividida -

O mandato que termina e o resultado da eleição presidencial apresentam uma França dividida. Além do protesto social dos "coletes amarelos" em 2018 e 2019, os dois últimos anos foram marcados pelos "antivax", os antivacinas contrários à política sanitária para enfrentar a pandemia.

As frases controversas e saídas de tom de Emmanuel Macron, que alguns franceses e a oposição consideram depreciativas e arrogantes, alimentaram tensões ao longo de seu primeiro mandato.

O presidente centrista prometeu no domingo que não deixaria ninguém para trás e pediu boa vontade e respeito em um país "assolado por tantas dúvidas, tantas divisões". Mesmo que ele ganhe a maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho, isso não significa que o horizonte esteja claro.

As manifestações registradas em Paris e Rennes (oeste), logo após sua reeleição, pressagiam uma forte resistência nas ruas, especialmente contra sua polêmica reforma previdenciária.

- Poder aquisitivo -

A principal preocupação dos franceses durante a eleição foi o poder de compra, pelo qual as primeiras medidas do novo mandato serão acompanhadas de perto.

A política do "custe o que custar", implementada durante a pandemia de covid-19 para apoiar os setores mais castigados pela crise sanitária e econômica, permitiu salvar, ao menos temporariamente, empresas e empregos.

No entanto, a crescente inflação, impulsionada especialmente pelo preço da energia, continua pesando no poder de compra. Em março, ficou em 4,5% em relação ao ano passado, um nível inédito desde os anos 1980.

Além dos 26 bilhões de euros (cerca de 27,9 bilhões de dólares) já comprometidos para ajudar empresas e famílias, o presidente prometeu medidas adicionais, com a esperança de conter a indignação social e evitar outro cenário de protestos como os "coletes amarelos".

Mas a margem de manobra do presidente reeleito é menor do que há cinco anos. Macron prometeu reduzir o déficit público para menos de 3% até 2027 (6,5% em 2021) e começar a reduzir o peso da dívida, que disparou com a crise da covid-19 (112,9% em 2021).


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