(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Guerra na Europa

Zelensky pede um encontro com Putin

Presidente da Ucrânia afirma não ter ''medo'' e quer reunião para acabar com a guerra


24/04/2022 04:00

Volodymyr Zelensky criticou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterrez, por visitar Rússia antes de ir a Kiev. Russos bombardeiam Odessa
Volodymyr Zelensky criticou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterrez, por visitar Rússia antes de ir a Kiev. Russos bombardeiam Odessa (foto: Genya Savilov/AFP)

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, ontem, uma reunião com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para "pôr fim à guerra". “Acredito que quem começou a guerra poderá pôr fim nela”, disse Zelensky em uma coletiva de imprensa em uma estação de metrô no Centro de Kiev. O líder ucraniano reiterou que não tinha “medo” de se reunir com Putin, se isso permitisse alcançar um acordo de paz entre os dois países.

Porém, ao mesmo tempo em que pediu um encontro com Putin, Zelensky também advertiu a Rússia que encerrará todas as negociações de paz caso soldados ucranianos sejam mortos em Mariupol, no Sudeste do país. “Se nossos homens forem assassinados em Mariupol e se forem organizados supostos referendos na região de Kherson (Sul), a Ucrânia vai se retirar de todo o processo de negociação”, afirmou Zelensky em coletiva de imprensa em Kiev, capital ucraniana. Os soldados ucranianos estão entrincheirados em uma gigantesca siderúrgica em Mariupol.

Zelensky criticou ainda o que considerou decisão “sem lógica” do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de ir a Moscou na próxima semana antes de Kiev. “É simplesmente errado ir primeiro para a Rússia e depois para a Ucrânia”, disse Zelensky, referindo-se à agenda de Guterres, que planeja viajar para Moscou na terça-feira e para Kiev na quinta-feira. "É uma decisão sem nenhuma justiça nem lógica", criticou.

“A guerra está na Ucrânia, não há corpos nas ruas de Moscou. Seria lógico ir primeiro à Ucrânia e ver as pessoas, ver as consequências da ocupação” antes de visitar a Rússia, defendeu o líder ucraniano. Na Ucrânia, Guterres deve se reunir com equipes da agência da ONU na região “para discutir o aumento da assistência humanitária aos ucranianos”.

Desde que o secretário-geral da ONU afirmou que a Rússia estava violando a Carta da ONU ao enviar tropas para a Ucrânia, o presidente russo se recusou a ter qualquer contato com ele. Guterres também não teve muito contato com o líder ucraniano. Eles só conversaram por telefone em 26 de fevereiro, dois dias após o início da ofensiva russa. Na terça-feira, Guterres denunciou a nova ofensiva russa no Leste da Ucrânia e pediu a ambos os lados que encerrem os combates para garantir uma "trégua humanitária" de quatro dias para a Páscoa ortodoxa, celebrada hoje.

Ataque 


Pelo menos oito pessoas morreram e 18 ficaram feridas no bombardeio russo da cidade portuária de Odessa, no Sul da Ucrânia, ontem, de acordo com um novo balanço anunciado pelo presidente Volodymyr Zelensky. “Neste momento, há oito mortos e outros 18 a 20 feridos”, disse Zelensky. Segundo ele, “sete mísseis atingiram Odessa”, incluindo um que "atingiu um prédio residencial" e "dois que foram derrubados" pelo sistema de defesa aérea ucraniano.

Anteriormente, o chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andrii Yermak, havia informado via Telegram sobre cinco mortos. “Odessa: cinco ucranianos mortos e 18 feridos. E são apenas os que conseguimos encontrar até agora”, anunciou Yermak. “É provável que o número seja maior”, completou, acrescentando que entre os mortos está "um bebê de três meses".

No Facebook, a Força Aérea Ucraniana destacou que as forças russas dispararam uma série de mísseis de bombardeiros Tu-95 sobre o Mar Cáspio. Dois mísseis atingiram uma instalação militar e dois edifícios residenciais. Outros dois foram destruídos pelo sistema de defesa antiaérea, relatou a mesma fonte. “O único objetivo dos ataques de mísseis russos contra Odessa é o terror”, denunciou o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, no Twitter. Kuleba pediu a construção de “um muro entre a civilização e os bárbaros que atacam cidades pacíficas com mísseis”. 

O Exército russo confirmou o bombardeio com “mísseis de alta precisão”, um importante arsenal próximo a Odessa, onde o governo ucraniano armazenava armas entregues pelos países ocidentais. “As forças armadas russas neutralizaram hoje (ontem) com mísseis de alta precisão e de longo alcance um terminal logístico onde eram armazenadas grandes quantidades de armas estrangeiras entregues pelos Estados Unidos e pelos países europeus”, indicou o Exército russo em comunicado.

No total, mísseis russos atingiram 22 instalações militares ucranianas ontem, incluindo três depósitos de armas e munições perto de Ilyichovka e Kramatorsk (Leste), que foram destruídos, disse o ministério. Além disso, a aviação russa realizou ataques aéreos contra 79 instalações militares ucranianas, visando 16 arsenais de artilharia e combustível, segundo a mesma fonte.

Territórios 

A Ucrânia afirmou ontem que reconquistou três localidades próximas de Kharkiv, segunda maior cidade do país, na região Leste, enquanto o Exército russo se concentra no Donbass e no Sul. “Nosso Exército lançou com sucesso uma contraofensiva ontem (sexta-feira) pela manhã. Após longos e ferozes combates, nossas tropas desalojaram tropas russas de Bezruki, Slatine e Prudyanka”, informou o governador da região de Kharkiv, Oleg Synegubov, no Telegram. Prudyanka fica a cerca de 15 quilômetros da fronteira com a Rússia. Synegubov disse ainda que duas pessoas morreram e 19 ficaram feridas em bombardeios russos na região de Kharkiv, nas últimas 24 horas. De acordo com o porta-voz do ministério ucraniano da Defesa, Kharkiv continua “parcialmente bloqueada” pelas forças russas. Essas seguem presentes, sobretudo no Noroeste, e estão reforçando suas posições “ao Sul da cidade”.

No Donbass, região sobre a qual Moscou quer assumir o controle total, as tropas russas estão "concentrando seus esforços na área entre Slaviansk e Kramatorsk”, uma aglomeração localizada na província de Donetsk, anunciou Oleksiy Arestovich, assessor da Presidência ucraniana. Os russos “estão realizando operações ofensivas e de reconhecimento para encontrar pontos fracos em nossa defesa”, completou. Mais ao Sul, zona que também é alvo prioritário para as forças russas, eles estão “tentando continuar sua ofensiva na cidade de Gulyaypole”, na província de Zaporizhia, a meio caminho entre a cidade homônima e o porto de Mariupol.

Turquia fecha espaço aéreo para voos russos

A Turquia fechou seu espaço aéreo a todos os voos russos que tenham a Síria como destino – anunciou o chanceler Meviut Cavusoglu, ontem, citado pela imprensa local. A medida constitui uma dura resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, país com o qual a Turquia mantinha até agora uma atitude próxima, apesar de ser país-membro da Otan.
"Fechamos o espaço aéreo aos aviões militares russos e também aos aviões civis que se dirigem para a Síria”, declarou o ministro turco das Relações Exteriores, especificando que a interdição durará três meses. Ele informou que já havia comunicado essa decisão ao chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, que a repassou ao presidente Vladimir Putin.
A Rússia é um dos principais aliados do regime sírio desde o início da guerra civil no país, em 2011. Alguns especialistas acreditam que a medida turca pode complicar o encaminhamento da ajuda militar russa ao presidente sírio, Bashar al-Assad.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)