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Estado de Minas SAN FRANCISCO

Elon Musk lança oferta hostil para comprar e 'liberar' o Twitter


14/04/2022 20:33

O presidente da Tesla, Elon Musk, que recentemente adquiriu 9,2% do capital do Twitter, lançou uma oferta hostil para adquirir 100% da rede social, afirmando ser o único capaz de transformá-lo em uma "plataforma global de livre expressão", indispensável para a democracia.

A proposta de Musk é para "comprar 100% do Twitter" a 54,20 dólares por ação, o que elevaria o valor da rede social a 43,4 bilhões de dólares - contra 36 bilhões de dólares atualmente -, em um documento apresentado na quarta-feira (13) à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), o órgão regulador da bolsa americana.

O Conselho de Administração do Twitter indicou em um comunicado que "vai analisar com atenção" a "oferta não solicitada e não vinculante de Elon Musk", e que decidirá "a linha de ação que acredita que servirá melhor aos interesses da empresa e de todos os acionistas".

O anúncio de Musk chega dias depois de ele recusa uma cadeira no Conselho de Administração do Twitter, após se tornar o principal acionista da plataforma, ao adquirir 73,5 milhões de ações da plataforma.

Em uma carta dirigida ao presidente do Conselho, Bret Taylor, Musk afirma ter investido na plataforma por seu papel importante em favor da "liberdade de expressão em todo o planeta", que, segundo ele, é "um imperativo social em uma democracia".

"Contudo, desde que fiz este investimento, me dei conta de que a empresa não prosperaria e não serviria a seu imperativo social em seu formato atual", afirmou o magnata, ao propor retirar o Twitter da bolsa.

A rede social é criticado das fileiras conservadoras por barrar a expressão de suas opiniões, incluindo a exclusão do ex-presidente americano Donald Trump.

"O Twitter precisa ser transformado como uma empresa de capital fechado. Por isso, proponho comprar 100% do Twitter ao preço de 54,20 dólares em dinheiro, ou seja, um prêmio de 54% em relação ao dia anterior ao início do meu investimento no Twitter e de 38% em relação ao dia anterior ao anúncio público do meu investimento", detalhou Musk.

Mas nesta quinta-feira, o magnata disse não "estar certo de poder comprar" a empresa e ter um plano B em caso de fracasso da oferta, durante uma entrevista ao vivo na conferência Ted2022.

"Tenho apenas uma forte intuição de que ter uma plataforma única, amplamente inclusiva, na qual se pode confiar, é extremamente importante para o futuro da civilização", acrescentou.

- "Telenovela" -

No documento enviado à SEC, Musk ressalta que se trata de "sua melhor e última oferta" e ameaça, em caso de recusa, "reavaliar sua posição de acionista" na rede social. "O Twitter tem um potencial extraordinário. Vou liberá-lo", afirmou.

Após o anúncio, a ação do Twitter disparou na bolsa, antes de cair suavemente.

Embora Musk tenha dito nesta quinta que espera somar no processo a maior quantidade possível de acionistas, um deles reagiu negativamente. O príncipe saudita e investidor Al-Walid ben Talal escreveu no Twitter que "rejeitava" a oferta considerada fraca demais em relação ao "valor intrínseco do Twitter".

Analistas da Wedbush, por sua vez, disseram que o Conselho de Administração do Twitter terá que aceitar a oferta ou buscar outro comprador.

"Pensamos que esta telenovela terminará com a aquisição do Twitter pelo senhor Musk após esta OPA hostil", informaram em nota, prevendo uma onda de possíveis interrogações sobre financiamento, aspectos regulatórios e como o bilionário dividiria seu tempo entre suas várias empresas.

"Não estou brincando de ir e vir", escreveu Musk em sua oferta de compra.

Musk, o homem mais rico do mundo e com 80 milhões de seguidores na rede social, divulgou na semana passada a compra de 73,5 milhões de ações do Twitter, o que equivale a 9,2% da companhia. Esse anúncio provocou um aumento de mais de 25% na cotação da empresa na bolsa.

Após esse investimento, Musk foi convidado a se juntar ao Conselho de Administração da companhia, mas, no último fim de semana, ele recusou o convite.

No sábado, Musk se questionou se o Twitter não estaria "morrendo" e pediu atenção às contas de usuários como o cantor Justin Bieber, que tem legiões de seguidores, mas que raramente publicam alguma coisa.

Também sugeriu elminar a publicidade, a principal fonte de renda do Twitter, e a possibilidade de conceder marcações de contas verificadas a todos os que pagarem uma assinatura premium, ao custo de 3 dólares mensais.

"Ele é um homem com tantos direitos e privilégios que não estou certa de que o Twitter que tem em mente seja uma plataforma que em última instância sirva para a maioria das pessoas que está nela hoje", disse a analista da Creative Strategies, Carolina Milanesi.

O magnata é um usuário assíduo do Twitter, onde mistura comentários provocadores sobre temas e personalidades públicas com outros nos quais fala de suas companhias Tesla e SpaceX, criptomoedas e meio ambiente.

Após a invasão russa da Ucrânia, Musk desafiou o presidente russo, Vladimir Putin, para uma "luta um contra um" em um tweet publicado em 14 de março de 2022.

Também entrou em choque diversas vezes com os reguladores financeiros. Em agosto de 2018, acabou ficando na mira da SEC depois de tuitar que retiraria a Tesla da bolsa.

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