Em fevereiro, a inflação no Reino Unido acelerou para 6,2% ao ano, após 5,5% registrada em janeiro, e permanece no nível mais alto em quase 30 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS).
Sunak já planejava um "discurso sobre o orçamento da primavera" ao Parlamento, sobre o qual eram esperados pequenos ajustes.
Mas a invasão russa à Ucrânia - e as sanções ocidentais a Moscou, um grande produtor de hidrocarbonetos - mudaram a maré, colocando-o sob pressão para ajudar as famílias incapazes de lidar com a alta dos preços.
"É muito cedo para saber o impacto total da guerra na Ucrânia no Reino Unido", reconheceu.
No entanto, a agência estatal de previsões econômicas, OBR, já revisou para baixo sua estimativa de crescimento para 2022, de 6% para 3,8%.
Isso representa uma desaceleração acentuada em relação ao aumento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico em 2021, o maior dos países do G7, após sofrer uma contração histórica de 9,4% no ano anterior devido à pandemia.
"O mundo é, em muitos aspectos, um lugar diferente do que era há três semanas" quando a Rússia invadiu a Ucrânia e a situação "exacerbou uma já grave crise de custo de vida", destaca o think tank de economia CEBR.
Em 2022, os britânicos poderão enfrentar a maior queda anual no poder de compra desde a Segunda Guerra Mundial.
A inflação vem subindo há meses e pode ultrapassar 8% este ano, segundo o Banco da Inglaterra, que elevou as taxas três vezes em apenas alguns meses para tentar acalmar a situação.
Nesse contexto, Sunak anunciou uma série de medidas, essencialmente fiscais, de bilhões de libras.
Elas incluem uma redução de 5 pence por litro nos impostos sobre combustíveis por 12 meses, um aumento na parcela isenta de imposto de renda e a ampliação de um fundo para ajudar as famílias desfavorecidas.
Ele também reduziu o IVA para a instalação de painéis solares, bombas de calor e isolamento térmico residenciais.
No entanto, a volatilidade dos preços das matérias-primas devido à guerra determinará em abril o aumento geral dos impostos e do teto de preços da energia doméstica estabelecido pelo governo.
"Embora sejam bem-vindas, as medidas anunciadas hoje são insuficientes para os mais vulneráveis" com renda muito baixa e, portanto, insensíveis às medidas fiscais, disse a Oxfam.
Os salários, "embora estejam aumentando a um ritmo mais rápido do que antes da pandemia, provavelmente ficarão aquém dos aumentos de preços", alerta Debapratim De, economista da Deloitte.
Em fevereiro, o Executivo já havia anunciado nove bilhões de libras (mais de 58 bilhões de reais) em ajuda às famílias desfavorecidas.
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LONDRES
Londres anuncia medidas fiscais para aliviar o custo de vida dos desfavorecidos
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