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Estado de Minas HAVANA

Oxfam deixa Cuba por problemas financeiros e reorganização interna


22/03/2022 16:17

A ONG Oxfam anunciou nesta terça-feira (22) sua saída de Cuba após quase três décadas, em um momento em que a ilha enfrenta sua pior crise econômica em 27 anos, devido a uma reorganização interna e problemas financeiros agravados pela pandemia.

"Esta decisão foi tomada a partir de um processo de transformação institucional, de reorganização interna da confederação (...), acelerado pela pandemia e pelo impacto também nas finanças da Oxfam, incluindo as dificuldades para captar recursos em outros países", explicou sua representante na ilha, Elena Gentili, em coletiva de imprensa.

Gentili ressaltou que a reorganização da Oxfam International, uma confederação de 21 ONGs com sede em Nairóbi, no Quênia, afetará outros 17 países, entre eles Afeganistão, Haiti, Serra Leoa e República Dominicana, que, como Cuba, "estão vivendo situações de crise".

"É uma decisão muito difícil que deve ser tomada com responsabilidade em favor de uma transformação" da Oxfam "em uma organização ainda mais equilibrada em nível global, mais influente e mais sustentável" para "enfrentar a pobreza e suas principais causas", explicou ela.

A Oxfam chegou a Cuba em 1993, quando o país enfrentava uma forte crise econômica, derivada da desintegração do bloco comunista soviético, seu principal aliado e apoiador econômico por 30 anos.

Paradoxalmente, sua saída agora ocorre enquanto o país atravessa sua pior crise econômica desde então, arrastada pela queda do turismo com a pandemia e pelo aperto do embargo dos Estados Unidos, em vigor desde 1962.

Gentili observou que o "fechamento do programa", uma decisão tomada "há dois anos", "não significa (...) que não seja possível continuar apoiando e colaborando com organizações da sociedade civil em nível nacional". Ela adiantou que a Oxfam Canada garantirá a implementação de seus projetos em Cuba até 2024.

Durante quase três décadas na ilha, a ONG desenvolveu projetos de cooperação de 1 a 1,5 milhões de dólares por ano nas áreas de agricultura sustentável, gestão de risco e resposta humanitária a desastres naturais.

Além disso, participou da formulação e implementação de políticas públicas com ênfase em questões relacionadas aos direitos das mulheres, e alertou sobre o impacto do embargo americano.


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