"Shot Sage Blue Marilyn", uma das obras mais icônicas da história da arte, sairá à venda em 200 milhões de dólares na semana de leilões de maio, anunciou a Christie's nesta segunda-feira (21), em coletiva de imprensa convocada sem revelar o motivo.
Para o presidente da seção de arte dos séculos XX e XXI na Christie's, Alex Rotter, esta pintura, a "mais importante" a ser leiloada em uma geração, é a "cúpula absoluta da arte pop americana e a promessa de um Sonho Americano que reúne otimisto, fragilidade, celebridade e iconografia, tudo ao mesmo tempo".
A famosa imagem de Marilyn Monroe, a atriz americana e ícone mundial de destino trágico (1926-1962), pertence à Fundação de Thomas e Doris Ammann de Zurique, Suíça, que consagrará o dinheiro da venda a projetos de saúde e educação destinados a melhorar a vida das crianças no mundo.
"Com 100% da venda de uma só pintura para uma obra de caridade, esta é a maior venda filantrópica desde o leilão da coleção de Peggy e David Rockefeller em 2018", disse a casa de leilões.
O nome das quatro reproduções "Shot Marilyns", à qual pertence "Shot Sage Blue Marilyn" - de um metro por um metro - deve-se a um incidente produzido em 1964 no ateliê de Andy Warhol em Manhattan: uma mulher perguntou ao artista se podia "fotografar" os quadros e atirou neles com um revólver.
De acordo com a anedota, a bala atravessou quatro telas, que Warhol depois consertou: a série "Shot".
- Sorriso enigmático -
O "Shot Blue Marilyn" mostra a atriz com o rosto rosado, lábios vermelhos, cabelos loiros e sombra azul nos olhos sobre um fundo azul claro.
Para o presidente do Conselho da Fundação Georg Frei, a obra de Marilyn feita por Warhol em 1964, a partir de uma foto para um cartaz publicitário do filme "Torrentes de Paixão" (1953) de Henry Hathaway, "testemunha seu poder visual intacto no novo milênio".
"O espetacular retrato separa a pessoa da estrela: Marilyn, a mulher, já não está aqui. As circunstâncias terríveis de sua vida e de sua morte ficaram no esquecimento. Tudo o que resta é o sorriso enigmático, que remete a outro sorriso misterioso de outra mulher famosa, a Mona Lisa", destacou a casa de leilões em nota.
Se o retrato da icônica atriz for arrematado pelo preço anunciado, será a segunda obra mais cara da história da arte vendida em um leilão, depois de "Salvator Mundi", de Leonardo da Vinci, leiloada em novembro de 2017 por 450,3 milhões de dólares, e à frente de "Mulheres de Argel", um quadro de Pablo Picasso vendido por 179,4 milhões de dólares em 2015.
Publicidade
NOVA YORK
Christie's espera novo recorde com leilão do retrato de Marilyn por Warhol
Publicidade
