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Estado de Minas A BORDO DEL THERA I LUNA NOL MAR MEDITERRÂNEO

No Mediterrâneo, golfinhos e aves terão de conviver com parques eólicos


17/03/2022 08:12

Os golfinhos nadam e saltam, e centenas de garças voam sobre a água azul, enquanto o veleiro "Thera i Luna" navega em direção à fauna que, no futuro, terá de conviver com dezenas de parques eólicos no Mar Mediterrâneo.

A cada semana, "Thera i Luna", um veleiro de 13 metros de comprimento da ONG francesa Les Peuples de la Mer ("Os povos do mar", em tradução literal) parte do Port Leucate, no sudeste da França, para cumprir sua missão.

Sob o sol matinal, seguindo o rastro de um navio de pesca sobrevoado por uma revoada de pássaros, vê-se uma dezena de grandes golfinhos. Os cetáceos não se atrevem a se aproximar do "Thera i Luna".

A bordo, três especialistas fazem anotações sobre a fauna da região. "Temos que ser pacientes. Vão se acostumar com a gente e vão vir" até o barco, diz o fundador da ONG, Serge Briez, que está ao leme.

Seus companheiros, o ornitólogo Alexandre Hamon e Sonia Gara, da associação de proteção de cetáceos Breach, aproximam-se da proa, com binóculos e câmera de fotos na mão.

Apaixonados pelo mar, querem completar seus estudos sobre o impacto dos parques eólicos na fauna, um terreno que consideram pouco explorado, e esperam que suas constatações sejam levadas em consideração.

- Observar e proteger -

Os grandes golfinhos, que podem pesar centenas de quilos e medir até quatro metros, exibem-se raramente. Mas, desta vez, a sorte sorriu para os marinheiros. Os cetáceos estão ali e acabam, enfim, aproximando-se e brincando ao redor do casco.

Em Lecaute, a poucos quilômetros da fronteira espanhola e no extremo-norte ocidental do Mediterrâneo, "a presença do grande golfinho era desconhecida até que a Breach começou os estudos na área a partir de 2007", disse Sonia Gara.

"É raro podê-los observar assim, durante duas horas", celebra Serge Briez, destacando a "inteligência" dessa espécie desconhecida.

No horizonte, os montes nevados dos Pireneus Orientais compõem uma paisagem de cartão postal.

Sonia Gara olha atentamente para os mamíferos marinhos. "Identificamos os indivíduos por sua barbatana dorsal. Ela é única. É o equivalente à impressão digital dos humanos", o que permite recenseá-los e acompanhar seus deslocamentos pelo Mediterrâneo.

Após o maravilhoso encontro, os três navegantes prosseguem com suas tarefas, catalogando outros animais, entre eles muitas aves, durante dez horas de navegação.

Garças, pequenos pinguins, papagaios-do-mar, gaivotas-tridáctilas... O ornitólogo cataloga cada um deles em seu tablet, para alimentar o portal naturalista Faune France.

O barco chega, então, ao "farol de observação", o lugar onde um parque eólico experimental deve ser instalado no próximo ano, a cerca de 15 quilômetros da costa.


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