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Estado de Minas

Bolívia, o país mais indígena da América Latina


15/10/2020 19:01

A Bolívia, que realiza eleições gerais neste domingo, é o país latino-americano com a maior proporção de indígenas e um dos mais pobres, apesar de suas grandes reservas de gás natural e lítio.

O esquerdista Luis Arce, afilhado político do ex-presidente Evo Morales, e o ex-presidente de centro Carlos Mesa são os principais candidatos à presidência, segundo as pesquisas.

- Primeiro presidente indígena -

Extraterritório do império inca localizado no planalto andino, a Bolívia é o país da América Latina com a maior proporção de população indígena: 62% dos 11,3 milhões de bolivianos.

Em 22 de janeiro de 2006, Evo Morales, líder do Movimiento al Socialismo (MAS) nascido na pobreza no altiplano, pastor de lhamas e depois líder sindical cocaleiro, tornou-se o primeiro presidente indígena da Bolívia.

A Constituição de 2009 buscou reparar séculos de injustiça dando maior destaque aos indígenas: reconhecimento de 36 idiomas oficiais (Quechua, Aymara, Guarani, entre outras), reconhecimento da justiça indígena com seus processos e costumes próprios, no mesmo nível da justiça educação comum e multicultural.

- Instabilidade política -

Reeleito em 2009 e 2014, Morales foi autorizado a se candidatar à reeleição indefinidamente em 2017 por uma decisão polêmica do tribunal constitucional, opção que havia sido rejeitada em 2016 por plebiscito.

Desde sua independência em 1825, a Bolívia já foi palco de 200 golpes ou tentativas, chegando a três em menos de 48 horas, segundo historiadores.

Até 1982 a nação vivia imersa em grande instabilidade política.

A instabilidade voltou em 2019, quando a oposição denunciou fraude em uma nova reeleição de Morales.

Depois de três semanas de protestos, Morales renunciou após perder o apoio dos líderes militares.

Ele foi sucedido pela política direita Jeanine Áñez, que convocou novas eleições.

Esta campanha é marcada pela polarização na figura de Morales, pela deterioração econômica e pela pandemia do coronavírus.

- Nacionalização da economia -

O crescimento do PIB boliviano é um dos mais importantes da região nos anos Evo Morales, especialmente graças à nacionalização dos hidrocarbonetos em 2006.

As receitas de hidrocarbonetos aumentaram de 673 milhões de dólares em 2005 para 2,28 bilhões em 2018.

O controle estatal se estendeu às telecomunicações, fundos de pensão, usinas hidrelétricas, aeroportos e mineração.

O governo investiu os lucros em programas sociais e infraestrutura pública.

- Pobre apesar de seus recursos -

A Bolívia é um dos países mais pobres da América Latina, mas o nível de pobreza caiu de 45% da população em 2010 para 34,6% em 2018 (Banco Mundial).

Evo Morales aumentou várias vezes o salário mínimo.

O país tem a segunda reserva de gás mais importante da América Latina, atrás apenas da Venezuela; as primeiras reservas de lítio do mundo e importantes depósitos de metal (ferro, cobre, estanho).

A Bolívia multiplicou os acordos de investimentos com o exterior, especialmente com a China, para a exploração de gás natural e principalmente de lítio, do qual espera se tornar o quarto maior produtor mundial.

Com 25.500 hectares de cultivo de coca (matéria-prima para a fabricação da cocaína) em 2019, é o terceiro país produtor, depois da Colômbia e do Peru, segundo a ONU.

- Sem saída para o mar -

A Bolívia (1.098.581 km2) fica entre Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Peru, sem acesso direto ao mar para seus produtos.

Em outubro de 2018, a Corte Internacional de Justiça de Haia acabou com as mais recentes esperanças dos bolivianos de ganhar acesso ao mar perdidas na Guerra do Pacífico (1879-1884) contra o Chile.

Metade do território é coberto por florestas, principalmente a Amazônia. Recentemente, os incêndios florestais destruíram milhões de hectares de vegetação.

Os defensores do meio ambiente censuram Morales por ter permitido o desmatamento com fogo para expandir a agricultura. Mas seu governo culpou a seca, o vento e as queimadas ilegais.

La Paz, sede do poder político, está a 3.600 metros acima do nível do mar.

A cidade mineradora e turística de Potosí (sul), tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, foi o complexo industrial mais importante da região no século XVI graças às jazidas de prata e estanho de Cerro Rico, que permanecem em exercício.


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