Noiva de Julian Assange pede a Londres sua não extradição para EUA

Stella Moris, noiva do fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, pediu ao governo britânico nesta terça-feira (15) que impeça sua extradição para os Estados Unidos.

Nos EUA, Assange será julgado por acusação de espionagem, devido a um vazamento massivo de documentos oficiais confidenciais.

Na segunda-feira (14), os simpatizantes do australiano viram desaparecer uma de suas últimas esperanças de evitar sua extradição. Ontem, o Tribunal Supremo britânico se negou a considerar seu recurso contra sua entrega à Justiça americana.

Agora, o caso será encaminhado para a ministra do Interior, Priti Patel, aquela que dá a aprovação final sobre qualquer extradição.

Ressaltando que "o destino de Julian está agora nas mãos da ministra do Interior", Moris insistiu, em um comunicado, que "este é um caso político e ela pode pôr fim a isso".

Assange, de 50 anos, está sendo processado nos Estados Unidos pela publicação, a partir de 2010, de mais de 700.000 documentos sigilosos sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, especialmente no Iraque e no Afeganistão.

Se for considerado culpado de todas as acusações, pode ser condenado a até 175 anos de prisão. Seus apoiadores denunciam este caso como um grave ataque à liberdade de imprensa.

Encarcerado em uma prisão de alta segurança perto de Londres há quase três anos, o australiano foi detido pela polícia britânica em abril de 2019, na Embaixada do Equador na capital. Ele havia buscado asilo nesta missão diplomática sete anos antes, violando as condições de sua liberdade sob fiança.

Desde esta época, temia ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, país onde chegou a enfrentar acusações de estupro depois retiradas.

Moris, uma advogada sul-africana com quem Assange teve dois filhos em segredo durante seus anos na legação equatoriana, anunciou no domingo que ambos receberam permissão para se casar, em 23 de março, na prisão de Londres.