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Estado de Minas GUERRA NA EUROPA

Ucraniano casado com mineira cria vaquinha para ajudar irmãos em Kiev

'Jamais poderíamos imaginar que, sete meses depois, tudo seria diferente', desabafa produtor cultural que mora atualmente em Contagem


13/03/2022 04:00 - atualizado 13/03/2022 07:46

casal com mineira e ucraniano em primeiro plano tirado na Ucrânia há 7 meses
A belo-horizontina Raíssa e o ucraniano Sergii Kolesnikov em viagem em agosto de 2021 (foto: Arquivo pessoal)
Nas fotos feitas em agosto de 2021, o casal revela sua alegria – a mulher visitando a cidade onde o marido nasceu e cresceu, enquanto ele, como não poderia deixar de ser, sentindo-se “em casa”, rodeado de familiares, falando a língua pátria e curtindo as belezas arquitetônicas e os parques.

“Jamais poderíamos imaginar que, sete meses depois, tudo seria tão diferente, um cenário de guerra”, desabafa a belo-horizontina Raíssa Kolesnikova, de 32 anos, casada desde 2016 com o ucraniano Sergii Kolesnikov, de 34, se referindo à guerra na Europa provocada pela invasão russa à Ucrânia. Os dois produtores culturais moram em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Passando o fim de semana em Ipatinga, no Vale do Aço, em visita à família de Raíssa, o casal acompanha, pela internet, o noticiário sobre o avanço das tropas russas e o cerco à capital ucraniana. “Parte da minha família conseguiu sair de Kiev, correndo riscos, pois, além dos ataques aéreos, os militares russos estavam atirando nos carros dos civis”, conta Sergii (pronuncia-se Serguei), artista de circo, graduado em Kiev e especializado em malabarismo.



Para mais vídeos explicativos, acesse o canal do #PRAENTENDER

Segundo Sergii, os pais dele, a irmã e filhos (uma menina de 9 e um menino de 2) conseguiram sair de Kiev, indo, primeiramente, para uma localidade na fronteira com a Moldávia. Depois, seguiram para a Bulgária onde receberam abrigo do governo.

“Minha sobrinha de 9 anos não para de chorar, em total desespero, pois o pai teve que ficar na Ucrânia. Meu irmão de 33 anos, que trabalhava no circo, também foi obrigado a ficar no país”, explica Sergii. Devido à guerra, os homens na faixa etária de 18 a 60 anos não podem deixar o país desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Experiência no Cirque du Soleil

“O circo é muito forte na Ucrânia. Na minha família, temos várias pessoas na atividade. Comecei aos 8 anos, fui para a escola e depois fiz faculdade de circo”, conta Sergii, que, após graduado, entrou para o Cirque du Soleil e começou a viajar pelo mundo, participando dos espetáculos “Corteo” e “Viaggio”.



Na apresentação de “Corteo”, em 2013, em BH, ele e Raíssa se conheceram e começaram a namorar. “Gosto de Belo Horizonte, do clima...tem muitos bares. Não pretendo voltar para meu país, pretendo ficar aqui definitivamente”, diz o “homem de Kiev” – vale aqui tomar emprestado o título do filme de sucesso em 1968.

Vaquinha virtual para ajudar os irmãos

“Em casa, falamos mais em inglês. Sergii conversa em português com minha mãe, Denise (psicóloga). Sei o básico de ucraniano, palavras mesmo para não passar fome”, brinca Raíssa, registrada com esse nome em homenagem a Raíssa Gorbacheva (1932-1999), casada com o presidente Mikhail Gorbachev e última primeira-dama da extinta (em 1991) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Sergii nasceu na Ucrânia antes da independência do país, ocorrida há três décadas.

Cada imagem da Ucrânia sob bombardeios, é uma golpe no coração de Sergii  Kolesnikov, preocupado com a situação dos conterrâneos que ficam ou que deixam sua terra natal. Para ajudar aos irmãos em Kiev e a família na Bulgária, necessitada de comida, roupas e outros produtos, pois saíram às pressas da Ucrânia, Sergii criou uma vaquinha eletrônica para arrecadar recursos para parentes na Rússia e Europa.


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