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Estado de Minas CARCÓVIA

Kharkiv, 'como em um filme de guerra', resiste às bombas russas


03/03/2022 12:21

Escombros, sirenes, medo de bombas... Olena Ostapchenko, moradora de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia constantemente atacada pelas forças invasoras russas, tem a impressão de viver no meio de um filme sobre a Segunda Guerra Mundial.

"Isso é muito parecido com aquela guerra que conhecemos através de livros e filmes", amplamente divulgada na URSS dissolvida, da qual a Ucrânia fazia parte, disse à AFP esta editora de um site de notícias online.

Sua cidade, que em tempos normais tinha 1,4 milhão de habitantes, e está localizada a cerca de 40 km da fronteira ucraniana-russa, está na linha de frente da invasão lançada há uma semana por Vladimir Putin.

Desde o primeiro dia da ofensiva, bombas e mísseis caíram quase diariamente, matando dezenas de pessoas e destruindo prédios administrativos e residenciais, bem semelhante ao que aconteceu na década de 1940.

Olena ainda não consegue acreditar na "ingenuidade" predominante que, ela explica, precedeu o ataque russo. "Pensamos que no século XXI os russos não iriam nos bombardear", disse.

Uma semana após o início da invasão, ela permanece em seu apartamento no 16º andar de uma torre residencial, no coração de Kharkiv, e acredita que "tem sorte". "Em casa, as vidraças ainda não foram quebradas", completou.

- Ficar apesar das bombas -

Antes do início do bombardeio, Olena planejava "ficar na cidade, ocupada ou não, para protegê-la". Mas "contra bombas e mísseis não posso fazer nada", admite.

Há dois dias ela estava pronta para partir, mas seu filho, um ator de 25 anos, voluntário em um hospital, recusou-se a segui-la. Portanto, Olena escolheu ficar.

"Sozinha, eu enlouqueceria. Aqui, pelo menos eu posso desencorajá-lo a tentar arriscar sua vida", ela explica.

Sua cidade, antes agitada, capital da Ucrânia soviética por um curto período de tempo, agora está irreconhecível: o transporte público não funciona e as poucas pessoas que saem às ruas caminham ou andam de bicicleta.

O metrô de Kharkiv, como o da capital Kiev, tornou-se um enorme abrigo antiaéreo. Às vezes eles sofrem cortes de energia, água potável ou aquecimento. Os sobreviventes que vão aos mercados da cidade já se deparam com a escassez de alimentos.

- Mascotes -

Alguns se preocupam com seus animais de estimação. Olena tem uma solução para seus gatos: ela liga para uma pequena loja de animais perto de sua casa e a vendedora traz o que ela precisa.

O que a ajuda a resistir a essa situação é seu trabalho como editora de um site online, mesmo sem saber se ou quando será remunerada. "Isso me ajuda a me acalmar, me recuperar um pouco (...) Até que apareça um novo avião", diz.

Embora novas negociações entre a Ucrânia e a Rússia sejam esperadas nesta quinta-feira, Olena Ostapchenko não confia muito nisso.

"Não sei em que podemos colocar nossa esperança", além de uma eventual derrubada de Vladimir Putin, que ordenou a invasão. Para ela, "os outros líderes russos não têm o mesmo grau de loucura" que ele.


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