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Estado de Minas PARIS

Nem peças de reposição, nem manutenção: um grande golpe para a aviação russa


02/03/2022 16:29

Não haverá mais peças de reposição e serviços de manutenção para aeronaves civis russas: a suspensão das atividades da Boeing e Airbus na Rússia é um grande golpe para suas companhias aéreas, cuja segurança estará comprometida no futuro.

Espaços aéreos europeus, canadenses e americanos fechados para aviões russos, sanções europeias e relações rompidas pelos dois principais fabricantes de aeronaves: a invasão russa da Ucrânia pode custar caro à aviação comercial russa, segundo os especialistas.

A Boeing anunciou na terça-feira que estava suspendendo "serviços de reposição, manutenção e suporte técnico para companhias aéreas russas", bem como suas "operações maiores" em Moscou.

Por seu lado, "conforme as sanções internacionais em vigor, a Airbus suspendeu os serviços de assistência às companhias aéreas russas, assim como o fornecimento de peças", disse a empresa europeia.

As aeronaves de ambas as empresas constituem a maioria da frota comercial russa. De mil aeronaves em serviço naquele país, cerca de 370 são Boeing e 340 Airbus.

E a Rússia corre o risco de ter parte de seus aviões removidos: três quartos não pertencem a companhias aéreas russas, mas são alugados, segundo o banco de dados da publicação especializada Aviation Week.

O perímetro das sanções "torna possível que todas as aeronaves de proprietários da UE sejam devolvidos à União Europeia", disse uma autoridade europeia. Acrescentou que está "em contato com várias empresas de leasing na Irlanda", onde muitas delas estão sediadas.

Em relação à manutenção, "o impacto imediato é fraco, mas forte a médio prazo", considera Bernard Vilmer, especialista em aeronáutica do gabinete do Icare.

Cada peça de aeronave possui um sistema de rastreabilidade projetado para garantir a certificação internacional de aviões. "Este protocolo drástico facilita o alcance de taxas de acidentes muito baixas", disse ele à AFP.

"A partir do momento em que você sai dos caminhos normais de rastreabilidade de abastecimento e manutenção, pode entrar em uma espiral infernal que levará a acidentes. É o que acontece no Irã", informou.

- "Canibalização" -

Afetado pelo embargo, o Irã "canibalizou" a aeronave para recuperar peças de reposição e logo aumentaram os acidentes.

Tudo dependerá da tolerância que o regulador aéreo russo dá às empresas.

"As autoridades podem tomar decisões para favorecer o tráfego aéreo" em detrimento da segurança, teme um especialista em segurança aérea que falou sob condição de anonimato.

A Rússia, que abrange 11 fusos horários, depende fortemente de ligações aéreas para atender seu vasto território.

"Os Estados são livres para impor seus próprios critérios" de navegabilidade, como o alargamento do número de horas de voo entre duas etapas obrigatórias, indica este especialista.

"Existem margens de segurança e tolerância decididas pelos fabricantes e responsáveis pela certificação" dos aviões, garantiu Vilmer.

O risco futuro para os aviões russos é, segundo ele, ser listado e expulso do espaço aéreo de países vizinhos por motivos de segurança, por não respeitar as regras dos fabricantes ou das autoridades certificadoras da Airbus e da Boeing, a EASA na Europa e a FAA nos Estados Unidos.

Além da "canibalização", as empresas também podem ser tentadas a adquirir peças no mercado paralelo, para o qual "existe um mercado" para peças traficadas ou falsificadas.

Empresas inescrupulosas de outros países poderiam comprar mais peças do que o necessário e depois revendê-las.

"Mas isso só pode durar um certo tempo", a rastreabilidade das peças faz com que o construtor saiba, acrescentou Vilmer.

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