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Estado de Minas PARIS

Ofensiva russa na Ucrânia: um equilíbrio de forças favorável a Moscou


24/02/2022 10:29

As Forças Armadas ucranianas são amplamente superadas - em número e em potência de fogo - por seus oponentes russos, apesar da crescente ajuda militar às tropas de Kiev por parte dos países ocidentais.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que concentrou 150.000 soldados na fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, ordenou nesta quinta-feira uma ofensiva militar contra o país vizinho.

De acordo com estimativas ocidentais, 30.000 soldados russos estão em Belarus e poderiam atacar a Ucrânia a partir do norte. E a Rússia concentrou forças navais no Mar Negro e fechou a navegação no Mar de Azov.

Para o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres, as Forças Armadas russas têm 900.000 soldados, quase dois milhões de reservistas e mais de meio milhão de pessoas em outras unidades das forças de segurança.

As tropas da Ucrânia mal superam o número de soldados que a Rússia enviou para as fronteiras: 196.000 oficiais das Forças Armadas, 900.000 reservistas e 100.000 de outras unidades, segundo o IISS.

Os analistas destacam ainda que a diferença no poder de fogo é ainda maior em termos de equipamento militar, pois os quase 16.000 blindados da Rússia superam com folga os 3.300 ucranianos.

Os números de artilharia mostram uma diferença similar, enquanto a Força Aérea ucraniana tem 10% de sua equivalente russa.

"A balança de poder militar é completamente esmagadora a favor de Moscou", resume François Heisbourg, conselheiro especial da Fundação de Pesquisa Estratégica (FRS) de Paris.

- Apoio ocidental à Ucrânia -

Kiev foi beneficiada por uma importante ajuda militar ocidental desde o início do conflito no leste da Ucrânia em 2014, incluindo 2,5 bilhões de dólares dos Estados Unidos (US$ 400 milhões em 2021).

Até o início da atual crise, algumas tropas americanas treinaram as forças ucranianas para usar equipamentos dos Estados Unidos: armas leves, barcos de patrulha e mísseis antitanque.

O Reino Unido também participou no treinamento das tropas durante vários anos e, em janeiro, anunciou o envio de armamento ofensivo antitanque, a primeira vez em que forneceu armas letais para a Ucrânia.

Mas as Forças Armadas russas também passaram por grandes reformas nos últimos anos, depois que as autoridades perceberam uma atuação abaixo do que esperavam de seus soldados no conflito de 2008 com a Geórgia.

"A reforma transformou a Rússia em uma potência militar muito mais capaz hoje do que em qualquer outro momento desde a dissolução da União Soviética", afirmam os analistas do IISS.

Os comandantes também adquiriram uma valiosa experiência em cenários de guerra, especialmente durante o envio de tropas russas à Síria para apoiar o regime de Bashar al-Assad.

Os analistas do Royal United Services Institute (RUSI) afirmaram em um relatório divulgado no início de fevereiro que as defesas aéreas da Ucrânia eram "falhas" tanto em qualidade como quantidade.

Além disso, o país enfrenta o problema de compartilhar uma fronteira terrestre de quase 2.000 quilômetros com a Rússia, a maior parte exposta a ataques, e uma fronteira de 1.000 quilômetros com Belarus.

A "balança militar convencional está firmemente" do lado da Rússia, segundo os analistas do Royal United Services Institute.

A Ucrânia também foi alvo de muitos ataques cibernéticos que o Ocidente atribuiu à Rússia e que, segundo analistas, têm o potencial de paralisar o país.

Ao mesmo tempo, os analistas do RUSI apontam que "a ameaça de resistência não convencional" deveria preocupar Moscou, que deseja evitar um conflito prolongado e sangrento, especialmente nos centros urbanos.

O governo ucraniano investiu muito para promover a unidade nacional e Kiev desejaria "prolongar os combates até o ponto em que Moscou se veria envolvida em uma luta embaraçosa, desordenada e de desgaste", opinam.


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