(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CAMBRIDGE

Universidade de Cambridge acusada de querer 'apagar' polêmico doador


04/02/2022 12:48

Um campus da prestigiosa Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foi acusado nesta sexta-feira (4) de tentar "apagar" um dos doadores mais famosos de sua história após expressar sua disposição de remover uma homenagem ao patrono por seu papel no comércio de escravos.

Uma das dependências da Universidade de Cambridge, o Jesus College, pediu autorização a um tribunal eclesiástico para retirar uma placa de mármore em memória do doador que está em uma capela da instituição.

O advogado Justin Gau disse em uma rara audiência da Igreja da Inglaterra que as autoridades do Jesus College estão tentando "apagar" Tobias Rustat do passado da instituição.

O caso tem um impacto significativo no Reino Unido devido ao vivo debate sobre o passado colonial e apelos de ativistas para remover estátuas e monumentos de figuras históricas ligadas à escravidão.

Em junho de 2020, um grupo de manifestantes derrubou uma estátua de Edward Colston, que como Rustat teve um papel importante na Royal African Company que acumulou uma fortuna com o tráfico de pessoas.

Nesta sexta-feira em sua alegação final perante o tribunal eclesiástico na própria capela, Gau indicou que o pedido faz parte da "cultura do cancelamento".

O advogado, que representa um grupo de 65 ex-alunos, disse que a instituição "quer se desfazer de um parente antigo e impopular que foi muito generoso no passado".

Em vez de remover a placa ou colocá-la em outro lugar, esses ex-alunos querem deixá-la onde está com uma explicação.

Existe um painel ao lado da placa, mas o colégio alega que manter este monumento na capela é injusto.

A diretora da faculdade, Sonita Alleyne, disse ao tribunal que a capela é "muito problemática" e alguns alunos que recusam a entrar no local.

Gau critica que a faculdade queira retirar a placa, mas manter os benefícios das doações. Ele argumentou ainda que, no momento em que a placa foi fixada, a Igreja na Inglaterra não se opunha à escravidão.

O juiz eclesiástico designado para o caso ouvirá as alegações finais da instituição de ensino e daqueles que se opõem a este memorial antes de anunciar sua decisão e emitir sentença escrita em data posterior.

Rustat, um cortesão do rei Carlos II, investiu e ajudou a administrar a Royal African Company, que transportou cerca de 150.000 escravos.

O reitor da capela, James Crockford, explicou que o corpo docente solicitou a retirada da placa devido a "sentimentos exacerbados", e que alguns alunos se sentiam incomodados com sua presença na capela.

Rustat doou cerca de £ 3.230 (cerca de £ 500.000 no câmbio atual, ou cerca de US$ 675.000) para o Jesus College, principalmente para financiar bolsas de estudo para órfãos.

O próprio Rustat encomendou a criação da placa em sua homenagem vários anos antes de sua morte, aos 87 anos. Está sepultado na capela do Jesus College.

A placa não menciona a escravidão, que a Grã-Bretanha proibiu em 1833.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)