Entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro, "será realizado o julgamento dos manifestantes de Toyo. 33 pessoas serão julgadas pelo crime de sedição, incluindo seis menores", informou a organização de oposição em sua página no Facebook.
Toyo é o nome de uma padaria localizada em Dez de outubro, distrito de Havana, onde em 11 de julho houve confrontos entre apoiadores do governo e manifestantes, deixando veículos danificados, além de pedras e garrafas espalhadas por toda parte.
Em 25 de janeiro, o governo informou pela primeira vez que 790 cubanos, incluindo 55 entre 15 e 18 anos, haviam sido indiciados pelas manifestações de julho, acusados de crimes relacionados a "atos de vandalismo" e "graves distúrbios da ordem pública".
A autoridade judiciária especificou que mais 172 já haviam sido condenados por outros crimes, sem detalhar as acusações.
Em Cuba, a maioridade é adquirida aos 18 anos, mas a responsabilidade criminal e militar se aplica a partir dos 16 anos.
As manifestações históricas gritando "Liberdade" e "Estamos com fome" em cerca de 50 cidades da ilha deixaram um morto, dezenas de feridos e 1.377 detidos, segundo a ONG de direitos humanos Cubalex.
Os manifestantes em julgamento são acusados de desacato, agressão, dano, desordem pública e resistência, informaram as autoridades judiciais. Segundo a Cubalex, 158 detidos foram acusados do crime de sedição.
A televisão estatal apresentou na sexta-feira, pela primeira vez, testemunhos de três familiares de manifestantes processados.
"Como mãe, peço desculpas pelo erro dele, que (meu filho) disse isso publicamente e ele me disse também, para pedir desculpas e peço desculpas ao país e a toda a mídia, que foi algo que ele fez sem saber o que estava fazendo", disse Eudanis Campos Ramírez com a voz embargada, segundo imagens do principal telejornal cubano.
O governo cubano afirma que as manifestações foram orquestradas pelos Estados Unidos, que desde 1962 submete Cuba a um forte bloqueio econômico.
HAVANA