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Estado de Minas WASHINGTON

Pacientes de covid de longa duração encontram esperança em clínicas especializadas


29/01/2022 11:44

Quando Stephanie Hedrick percebeu que tinha dificuldades para respirar, visão turva e confusão mental, meses depois de superar a covid-19, ela decidiu que precisava de um atendimento mais especializado que seu médico poderia fornecer.

"Nem todo médico sabe tudo", afirma a professora aposentada de 62 anos que mora no estado da Virginia, nos Estados Unidos.

Depois de meses de terapia de reabilitação em uma clínica especializada perto de Washington, Hedrick finalmente conseguiu brincar no mar com os cinco netos durante o verão.

O Programa de Recuperação MedStar Covid ao qual ela recorreu integra uma nova série de clínicas que tratam pacientes que sofrem covid de longa duração, uma síndrome pós-infecção que pode afetar quase todos os sistemas do corpo.

"A clínica me deu a esperança de que a vida iria prosseguir", disse Hedrick.

Clínicas similares foram criadas em outras regiões dos Estados Unidos, à medida que milhares de pessoas que se recuperaram do novo coronavírus ainda apresentavam problemas de saúde.

Os médicos sabem há anos que alguns pacientes que se recuperam de infecções virais desenvolvem síndromes pós-virais, mas a causa exata é desconhecida.

"Algo está acontecendo. Está claro que não é imaginação dos pacientes", disse Hana Akselrod, codiretora da clínica de recuperação de covid-19 vinculada à Universidade George Washington.

As estimativas de casos de covid-19 de longa duração variam muito de um estudo para outro (de 10% até 35% ou inclusive 50%).

Depois de ficar doente, Hedrick teve arritmias, dores nas articulações e dificuldade para respirar.

"É como se alguém tirasse toda sua energia, força e motivação para fazer algo", descreve.

Eric Wisotzky, diretor da clínica MedStar, elabora estratégias com pacientes que consistem em um "equilíbrio delicado" de exercícios e descanso.

Alguns até recuperam o olfato perdido com a inalação de óleos essenciais várias vezes ao dia.

Para melhorar a resistência, Hedrick foi aconselhada a fazer exercícios curtos e fáceis.

E quando ela fica confusa no supermercado, Hedrick usa as estratégias ensinadas pelo fonoaudiólogo, para reduzir o ritmo e revisar a lista de compras item por item.

Ela admite que ainda não retornou completamente ao normal, mas afirma: "Eu tenho períodos mais longos de dias bons".

- Causa desconhecida -

Alba Azola, codiretora da equipe de covid-19 pós-aguda da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, em "múltiplas teorias" sobre as causas da covid de longa duração, desde fragmentos de vírus que permanecem no corpo até um descontrole do sistema imunológico.

"Eu acredito que há mais de um mecanismo em jogo".

Os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos definem covid de longa duração como um conjunto de sintomas "novos ou contínuos" que se manifestam quatro ou mais semanas após a infecção aguda ter sido superada, embora existam divergências sobre exatamente quais problemas podem ser atribuídos à condição.

Para muitos pacientes, o simples fato de um médico reconhecer seu sofrimento é um alívio.

Marijke Sutter, de 39 anos, é uma enfermeira de Baltimore que foi infectada pela covid-19 em março de 2020. Ela acredita que foi afetada por trabalhar sem equipamento de proteção adequado. Ela pediu demissão quando percebeu que precisava de mais tempo para descansar.

"Aqueles primeiros quatro meses são um borrão", declarou Sutter, que relata muito cansaço insônia.

Ela teve uma primeira consulta com os médicos da Johns Hopkins em junho de 2021.

"É bom que os médicos validem minha experiência como paciente", disse Sutter.

Ela afirma que meditação e ioga foram as ferramentas mais úteis para sua recuperação e agora está de volta ao trabalho em meio período, com aulas virtuais de enfermagem. Mas ela ainda precisa de sonecas de três horas na maioria dos dias.

Rachel Curley, de 32 anos, também considera que foi importante passar para o período de trabalho em tempo parcial.

Curley foi infectada em dezembro de 2020. Em poucas semanas, a febre desapareceu e foi substituída por extrema fadiga, confusão mental e tonturas. Seu batimento cardíaco disparava durante tarefas simples.

"De certo modo dava medo", recorda Curley. "E se eu nunca me sentir melhor?". Ela recebeu a recomendação de evitar o estresse e aumentar a atividade física, o que está funcionando.

Não existe uma solução única, resume Hedrick.


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