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Estado de Minas SAINT PAUL

Ex-policiais acusados por morte de Floyd 'escolheram não fazer nada', diz promotora

Os três estão sendo julgados por seu papel no crime que aconteceu em maio de 2020


24/01/2022 17:16 - atualizado 24/01/2022 18:37

 

Manifestantes protestam contra a morte de George Floyd
Um júri de 12 membros e seis suplentes está julgando o caso contra os três ex-policiais (foto: Chandan Khanna/AFP)
Três ex-policiais de Minneapolis acusados de violar os direitos civis de George Floyd "escolheram não fazer nada" no episódio em que este homem negro de 46 anos foi morto de forma "lenta e agonizante", disse uma promotora nesta segunda-feira (24/1).

Tou Thao, J. Alexander Kueng e Thomas Lane estão sendo julgados por seu papel na morte de Floyd, em maio de 2020, cuja prisão fatal foi filmada por um transeunte e provocou meses de protestos contra a injustiça racial e a brutalidade policial nos Estados Unidos.

O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin - que manteve seu joelho sobre o pescoço de Floyd, enquanto o mesmo estava algemado, por quase 10 minutos até ele desmaiar e morrer - está cumprindo 22 anos de prisão após ser condenado por assassinato.

Thao, Kueng e Lane são os outros três policiais que estavam presentes durante a detenção de Floyd, por supostamente usar uma nota falsificada de 20 dólares para comprar um maço de cigarros.

Enquanto Chauvin estava ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, Kueng ficou de costas e Lane apoiava suas pernas. Thao, por sua vez, manteve os transeuntes afastados, horrorizados pelas súplicas e gemidos de Floyd.

Nos argumentos iniciais nesta segunda-feira, a promotora Samantha Trepel disse que os réus ignoraram seu próprio treinamento e os pedidos de espectadores preocupados pelo bem-estar do homem.

"Eles assistiram ao Sr. Floyd morrer de forma lenta e agonizante", declarou Trepel, instando o júri a responsabilizar os três homens "por escolherem não fazer nada e assistir à morte de um homem". Os policiais optaram por "ignorar o que viam e ouviam", acrescentou.

Thao, Kueng e Lane são acusados de mostrar "indiferença deliberada com relação às necessidades médicas sérias (de Floyd)". Além disso, Thao e Kueng são acusados de não intervir para impedir o "uso irracional da força" de Chauvin contra Floyd.

Lane não está enfrentando a segunda acusação pois o vídeo da prisão mostra que, em duas ocasiões, Lane sugeriu que Floyd fosse virado de lado.

 

 

"Sob seus cuidados"


Trepel disse que os policiais são obrigados por lei a intervir quando virem outro agente usando força excessiva e também prestar assistência médica. "Sob sua custódia, ele está sob seus cuidados", explicou a promotora.

Floyd "disse 'não consigo respirar' não apenas uma ou duas, mas 25 vezes, enquanto tentava alertar os oficiais de que estava morrendo", lembrou Trepel.

Robert Paule, advogado de Thao, começou sua defesa dizendo que o que aconteceu com Floyd foi uma "tragédia". "No entanto", afirmou ele, "uma tragédia não é um crime."

Um júri de 12 membros e seis suplentes está julgando o caso contra os três ex-policiais.

Chauvin era um veterano com 18 anos na polícia de Minneapolis; Thao serviu por oito anos e Kueng e Lane eram novos recrutas, ingressando no departamento em dezembro de 2019.

Thao, Kueng e Lane enfrentarão acusações do estado de Minnesota em conexão com a morte de Floyd em um julgamento que está programado para começar em 13 de junho, após repetidos atrasos.

Mas, conforme a importância do caso, promotores federais também acusaram os policiais de violar os direitos constitucionais de Floyd. O julgamento federal está ocorrendo em um tribunal fortemente vigiado em Saint Paul, cidade irmã de Minneapolis.

Os três homens se declararam inocentes. O julgamento deve durar pelo menos duas semanas. Ao contrário do julgamento estadual de Chauvin, o federal não está sendo televisionado.

 


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