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Estado de Minas WASHINGTON

CIA descarta que 'síndrome de Havana' foi operação estrangeira


20/01/2022 21:00

A CIA concluiu que diplomatas americanos que sofreram misteriosas dores de cabeça e náuseas, um fenômeno apelidado de "síndrome de Havana", não foram alvo de uma operação organizada por agentes estrangeiros, informou a imprensa na quarta-feira.

De cerca de 1.000 "incidentes anormais de saúde" relatados, cerca de duas dezenas permanecem sem explicação e sob intensa verificação, disse um funcionário à AFP sob condição de anonimato.

NBC News, The New York Times e Politico citaram vários altos funcionários com conhecimento de um relatório de inteligência da CIA sobre esses incidentes registrados pela primeira vez na capital cubana em 2016 sobre diplomatas americanos e canadenses.

Desde então, funcionários diplomáticos e de inteligência relataram sintomas semelhantes em países como Austrália, Áustria, China, Colômbia, Alemanha e Rússia.

As acusações levaram a uma investigação mais ampla do governo e acusações diretas de que a Rússia teria uma arma eletrônica ou sônica desconhecida.

Isso levou o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), William Burns, a alertar Moscou no ano passado de que haveria consequências se a inteligência russa fosse considerada responsável.

Mas a conclusão preliminar de um estudo da CIA não encontrou evidências de que um governo estrangeiro, russo ou não, estivesse por trás dos casos.

"Avaliamos que é improvável que um ator estrangeiro, incluindo a Rússia, esteja conduzindo uma campanha global sustentada para prejudicar o pessoal dos EUA com uma arma ou dispositivo", disse o funcionário.

Quase todas as doenças podem ser explicadas por condições médicas existentes ou não diagnosticadas anteriormente, ou por um fator ambiental, concluiu o estudo.

Apenas cerca de duas dezenas de casos não podem ser explicados e são objeto de estudo mais aprofundado.

Nesses casos, a CIA não descartou um ator estrangeiro como causa, disse o funcionário.

- 'Sua dor é real' -

Em um comunicado, Burns disse que a agência de inteligência dos EUA continua investigando e prometeu apoio e cuidados aos afetados.

"Embora tenhamos alcançado algumas descobertas internas significativas, ainda não terminamos", disse Burns.

"Continuaremos nossa missão de investigar esses incidentes e fornecer acesso a cuidados de classe mundial para aqueles que precisam", acrescentou.

As pessoas afetadas relatam problemas de equilíbrio e coordenação, tontura, ansiedade, irritabilidade e confusão ou "névoa cognitiva". Até mesmo sequelas neurológicas foram relatadas.

Os defensores das vítimas rapidamente rejeitaram as conclusões da CIA.

De acordo com Mark Zaid, advogado que representa várias pessoas afetadas, o estudo da CIA busca reprimir "uma revolta dentro de sua equipe porque os agentes não querem ir para o exterior".

"O relatório da CIA é desinformação", disse ele, observando que outras agências da comunidade de inteligência dos EUA discordaram dele.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, não contestou as descobertas da CIA, mas disse que as investigações continuariam.

"Essas descobertas não desafiam o fato de que nossos colegas estão relatando experiências reais e sofrendo de sintomas reais", disse Blinken em comunicado.

"Sua dor é real. Não tenho dúvidas sobre isso."


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