"Minha avaliação pessoal, depois de falar com todos os nossos colegas, é que um retorno à conformidade mútua ainda é possível", disse Blinken a repórteres em Berlim depois de se reunir com seus colegas europeus.
"Constatamos, eu diria, um progresso modesto nestas duas últimas semanas de negociações", acrescentou.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que "progresso urgente" é necessário nas negociações destinadas a reviver o acordo nuclear de 2015.
"A janela para encontrar uma solução está se fechando", afirmou. "As negociações estão numa fase decisiva. Precisamos de progressos urgentes, caso contrário não conseguiremos chegar a um acordo conjunto", considerou.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves le Drian, afirmou que "as negociações não podem continuar tão lentamente", sob pena de fracasso na tentativa de reviver o acordo de 2015.
Julgando os progressos "parciais, tímidos e lentos", o ministro julgou ser "urgente mudar o ritmo, caso contrário será inevitavelmente o fim do JCPOA".
O mês de "fevereiro será absolutamente decisivo. Não temos muito tempo", afirmou à AFP uma fonte diplomática francesa.
Blinken concordou que era um "momento decisivo" nas negociações, acrescentando que "o tempo está se esgotando" para chegar a um acordo.
Seus comentários vêm um dia depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que "não é hora de desistir" das negociações com o Irã, insistindo que "algum progresso está sendo feito".
Ele assegurou que Washington está "em uníssono" com os demais países signatários do pacto.
As negociações para restaurar o acordo entre o Irã e as potências mundiais - Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha - começaram no ano passado, mas pararam em junho, quando o ultraconservador Ebrahim Raisi foi eleito presidente do Irã.
Esse acordo ofereceu a Teerã a retirada de parte das sanções internacionais em troca de uma redução drástica de suas ambições no setor nuclear, que está sob estrito controle da ONU.
Mas após a retirada unilateral dos americanos, Teerã abandonou progressivamente seus compromissos e, em resposta, os Estados Unidos impuseram novas sanções. As negociações foram relançadas em novembro.
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