"Ostentamos o triste recorde de sermos o país com o maior número de crianças que perderam um pai, uma mãe", lamentou a ministra da Mulher, Anahí Durand, com base em números divulgados pela revista médica "The Lancet".
Durand informou que o ministério distribui uma pensão de 200 soles (cerca de US$ 50) a cada dois meses, que beneficia mais de 18 mil famílias. Segundo ela, é necessário ampliar o alcance desse benefício com uma lei.
O governo pretende estender a pensão a um total de 83.664 crianças e adolescentes órfãos e, além disso, oferecer apoio psicológico e educacional.
"Muitas famílias vêm nos procurar e querem ter acesso a essa pensão, mas não possuem a certidão de óbito por covid-19. Na primeira e na segunda ondas, as pessoas morreram em casa. Não tiveram condições de tirar esse certificado, o que está deixando muitas crianças de fora", explicou Anahí.
A pensão será entregue à pessoa que estiver cuidando do menor que sofreu a perda de um, ou de ambos os progenitores. O governo iniciou o pagamento da pensão em abril passado.
De acordo com cálculos do governo, esta população é de 10.900 meninos, meninas e adolescentes.
A pensão para os órfãos foi anunciada em 28 de julho de 2020 pelo então presidente Martín Vizcarra, durante pronunciamento à nação.
Este país de 33 milhões de habitantes tem a maior taxa de mortalidade por covid do mundo, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais.
O Peru soma mais de 2 milhões de casos de covid-19 e mais de 202.900 mortes desde o começo da pandemia.
LIMA