Os legisladores começaram a analisar às 15h locais o projeto de lei "para reforçar as ferramentas de gestão da crise sanitária", objeto de mais de 650 emendas. Por volta da meia-noite, a maioria dos deputados votou pela suspensão dos debates, que devem ser retomados nesta terça-feira, embora isso possa atrasar o cronograma de implementação.
Depois de tramitar na câmara baixa (Assembleia Nacional), o projeto deve passar por uma comissão no Senado na quarta-feira, para depois ser abordado em plenário, com vistas à aprovação até o fim da semana, a fim de entrar em vigor no próximo dia 15.
O ministro da Saúde, Olivier Véran, defendeu que o texto vai na direção da "ciência" e da "responsabilidade", no momento em que a França registra vários dias com mais de 200 mil novos casos de Covid.
O objetivo do governo é que a lei aumente a pressão sobre os cerca de 5 milhões de franceses com mais de 12 anos de idade que ainda não foram vacinados, em uma população total de 67 milhões.
Caso a medida se transforme em lei, essas pessoas que não foram vacinadas não poderão ir, por exemplo, a um restaurante, museu ou cinema, ou utilizar determinados meios de transporte.
Para ter um passaporte de vacinação válido, os cidadãos não poderão esperar, a partir de 15 de fevereiro, mais de quatro meses entre a segunda e a terceira doses. O prazo máximo atual é de sete meses entre a segunda e a terceira doses.
Embora para o deputado Yael Braun-Pivet, do partido governista, LREM, o passaporte de vacinação permitirá "evitar medidas muito mais restritivas", como confinamentos ou toques de recolher, a oposição tem se mostrado mais crítica. O partido de extrema esquerda França Insubmissa denunciou o que chamou de "medida brutal", e afirmou que a mesma oferece uma "proteção ilusória".
PARIS