"O descumprimento dos protocolos sanitários e a desobediência às medidas de restrição impostas pelas autoridades constituem infrações sanitárias que, se confirmadas, resultam em multas e suspensão das atividades (das companhias de cruzeiro)", alertou a Anvisa em um comunicado.
O comunicado foi publicado depois que veículos de comunicação brasileiros reportaram que passageiros de um dos navios afetados, o Costa Diadema, violaram ordens de quarentena para participar de uma festa de Ano Novo.
O Brasil permitiu a retomada dos cruzeiros em novembro, mas ordenou às empresas que implementassem protocolos estritos contra a covid-19, que incluíam submeter a testes os passageiros e colocá-los em quarentena em caso de infecção.
A agência informou que também reforçará a recomendação feita na sexta-feira ao Ministério da Saúde de suspender imediatamente todos os cruzeiros, dado o aumento global dos casos de covid-19 impulsionados pela nova variante ômicron.
O anúncio da investigação ocorre depois do registro de surtos de covid-19 em três embarcações em frente à costa brasileira no Ano Novo.
A Anvisa informou que 26 passageiros e dois tripulantes testaram positivo no MSC Preziosa, um navio de 333 metros que navegava em frente à costa do Rio de Janeiro.
A embarcação, com capacidade para 4.000 passageiros, pôde atracar no porto do Rio.
Foi ordenado o isolamento das pessoas infectadas e de quem entrou em contato com elas, lembrou a Anvisa.
Em 30 de dezembro, as autoridades sanitárias suspenderam as operações de outros dois navios, o Costa Diadema e o MSC Splendida, depois que eles também informaram dezenas de casos de covid-19 a bordo.
Ordenou-se ao Costa Diadema, de 306 metros, que estava em frente à cidade de Salvador, na Bahia, a desembarcar 68 pessoas infectadas e voltar ao seu porto de origem na cidade de Santos, litoral de São Paulo, para entrar em quarentena.
O Splendida, de 333 metros, que se dirigia ao Rio de Janeiro, também recebeu ordem para voltar a Santos após o registro de 78 casos.
A empresa suíço-italiana MSC Cruises, cuja sucursal brasileira opera o Preziosa e o Splendida, informou em um comunicado que seus navios "permanecem com a programação inalterada dos seus futuros cruzeiros".
"No cenário atual, o cruzeiro é uma das opções de férias mais seguras do mundo", argumentou. "Nenhum outro setor da indústria de viagens e turismo possui um protocolo tão completo e robusto para conter a propagação de doenças infecciosas".
RIO DE JANEIRO